Fieg e Sebrae discutem reindustrialização e financiamento para micro e pequenas empresas em Goiás


Soluções tecnológicas para empreendedores e acesso ao crédito para micro e pequenas empresas


Na última terça-feira (19/11), empresários e profissionais do setor industrial reuniram-se na Casa da Indústria, em Goiânia, para participar do seminário Nova Indústria Brasil e Linhas de Financiamento para Micro e Pequenas Empresas. O encontro, organizado pelo Conselho Temático de Micro e Pequena Empresa (Compem) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) em parceria com o Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CDTI) e apoio do Sebrae Goiás, abordou estratégias para a reindustrialização e inovação da indústria nacional, além de apresentar possibilidades de acesso ao crédito.

No evento, especialistas detalharam iniciativas e recursos disponíveis para empresas do setor. A consultora da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Maria Aparecida Bogado, apresentou as linhas de financiamento do programa Nova Indústria Brasil (NIB), com foco especial no Plano Mais Produção (P+P). Ela destacou como o P+P pode impulsionar a produtividade e a competitividade das micro e pequenas empresas ao facilitar o acesso a recursos financeiros para modernização e inovação.

A especialista alertou, entretanto, sobre a necessidade de se promover um trabalho de conscientização na indústria para que os recursos cheguem na ponta, principalmente às pequenas e médias empresas. "De todo o volume de recursos contratado por indústrias pelo NIB, somente 20% foram destinados às micro e pequenas empresas", pontuou.


Dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostram que, até agosto, foram liberados mais de R$ 148 bilhões para contratação pelo P+P. Goiás recebeu 3,9% dos recursos (R$ 5,1 bi). "Em Goiás, as médias indústrias lideram as contratações."

INOVAÇÃO - O seminário contou também com participação do coordenador de Relações com o Mercado da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Rafael Wandrey. Ele explicou os três pilares de atuação da instituição — infraestrutura, recursos não reembolsáveis e capacitação de profissionais para projetos de inovação — e como a agência pode apoiar as empresas interessadas em desenvolver soluções tecnológicas.

"Atuamos em parceria com outas instituições para levar a inovação na velocidade que o mercado exige para ser competitivo", afirmou, ao falar que Goiás possui três unidades Embrapii em operação, por meio das parcerias com a Universidade Federal de Goiás (Ceia-UFG), com o Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG).

"Auxiliamos empresas com diversos serviços, desde o desenvolvimento à implementação da solução", explicou Wandrey.

Nos últimos dez anos, a Embrapii apoiou mais de 2,8 mil projetos, que movimentaram cerca de R$ 5,4 bilhões em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Somente para micro e pequenas empresas e startups, foram destinados mais de R$ 1,4 bilhão em recursos.

ACESSO AO CRÉDITO - No evento, foi apresentado ainda o trabalho desenvolvido pelo Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC) pelo economista da Fieg, Cláudio Henrique Oliveira. A iniciativa, liderada em âmbito nacional pela CNI, busca auxiliar empresários a identificar as linhas de crédito mais adequadas às suas necessidades.

"O NAC é fundamental para orientar as empresas no processo de busca por financiamento, aumentando as chances de sucesso ao acessar recursos financeiros", destacou Cláudio Henrique.

Em Goiás, a Fieg coordena os trabalhos do posto avançado do NAC no Estado. Dentre os objetivos do trabalho, estão apoio ao empresário na tomada de crédito, orientações para maximizar as chances da empresa na contratação de financiamento, promoção de capacitações sobre o tema, articulação com agentes financeiros, além de contribuir com o aumento da competitividade dos negócios.


O seminário Nova Indústria Brasil e Linhas de Financiamento para Micro e Pequenas Empresas foi acompanhado pelo presidente do Compem-Fieg, Jaime Canedo. Para ele, o encontro foi uma oportunidade de aprender sobre soluções concretas para crescer em um mercado cada vez mais competitivo.

"É fundamental entendermos as opções disponíveis e como aproveitá-las para tornar nossos negócios mais inovadores e sustentáveis", avaliou.  

O seminário contou com participação do gestor estadual do Programa Conexão Financeira do Sebrae, Gustavo Toledo, e da analista Fernanda Freitas.

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