Dia da Consciência Negra (20/11), reacende debate sobre discriminação diante do aumento de casos de injúrias raciais no DF

Especialista em direito penal, Amaury Andrade, destaca impacto das novas leis no combate à discriminação



Neste Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, os números alarmantes sobre injúria racial no Distrito Federal reacendem o debate sobre discriminação e racismo estrutural. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF), 2023 registrou 722 ocorrências de injúria racial, o maior índice em uma década, mais que o dobro dos 299 casos registrados em 2014. Apenas no primeiro semestre deste ano, já foram reportadas 344 denúncias.

Para o advogado especialista em Direito Penal, Amaury Andrade, esses dados são importantes para trazer mais reflexão e ação,  "datas como esta nos convidam a reforçar o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, afirma. 

A injúria racial passou a ser considerada crime inafiançável e imprescritível em 2023, após a Lei 14.532, que equiparou a prática ao racismo. Para o especialista, a nova legislação representa um marco no enfrentamento à discriminação. “Essa mudança legal não apenas torna a punição mais severa, mas também reforça a mensagem de que não há espaço para o racismo ou qualquer forma de preconceito em nossa sociedade. É uma resposta clara a práticas históricas de exclusão e violência”.

Apesar do avanço legislativo, o especialista alerta que os números crescentes também refletem outros fatores, como maior conscientização da população e disposição para denunciar. “Com as leis mais rígidas, as vítimas sentem-se mais seguras para buscar justiça, mas é fundamental investir em campanhas de educação e políticas públicas para atacar as raízes do problema. A punição é importante, mas a prevenção é essencial para mudanças estruturais”, destaca.

Casos de injúria racial são caracterizados por ofensas que depreciam a honra de uma pessoa com base em raça, cor, etnia ou outros marcadores de identidade. Para Amaury Andrade, o aumento dos casos evidencia a necessidade de reforçar o combate ao racismo estrutural. “Cada registro é mais do que um dado. Representa uma agressão que precisa ser enfrentada não apenas pelo sistema jurídico, mas também pela sociedade como um todo”. 


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