Entenda a relação entre a perda auditiva e a depressão

Especialista em saúde auditiva destaca a importância do diagnóstico e tratamento precoce 


A capacidade de ouvir bem é fundamental para uma comunicação eficaz e uma interação social saudável, seja com amigos, familiares ou colegas de trabalho. No entanto, quando surgem dificuldades auditivas, muitas pessoas podem sentir-se isoladas. E a solidão prolongada pode levar a problemas mais sérios de saúde, como revela uma pesquisa do Instituto Nacional de Surdez e Outros Distúrbios da Comunicação (NIDCD), que apontou que cerca de 11% dos indivíduos com perda auditiva sofrem de depressão.


A audiologista Ariane Gonçalves, da clínica AudioFisa Aparelhos Auditivos, explica que dificuldades em acompanhar conversas ou perceber sons cotidianos podem levar ao isolamento social. "Uma em cada cinco pessoas com perda auditiva sente-se sozinha. A deficiência é ainda mais prevalente entre os idosos, tornando o diagnóstico precoce essencial. Ao notar quaisquer sinais de perda auditiva, é crucial buscar ajuda profissional imediatamente para promover o reengajamento social desses pacientes", afirma a especialista, que é autora do livro Descomplicando a Perda Auditiva. 


O isolamento resultante da perda auditiva pode causar solidão e, consequentemente, doenças mais graves, como a depressão. Sintomas a serem observados incluem fadiga, irritabilidade, perda de interesse em atividades prazerosas, insônia e cansaço. "Baixa autoestima e dificuldade de concentração também são indicativos da doença", ressalta a especialista.


Ariane Gonçalves destaca que é possível minimizar os riscos de depressão relacionada à perda auditiva com tratamento adequado. "Aqueles que buscam tratamento precocemente têm uma melhor qualidade de vida. Muitas vezes, o uso de aparelhos auditivos é recomendado", afirma.


Com o tratamento adequado, pessoas com deficiência auditiva podem alcançar uma excelente qualidade de vida. "O uso de aparelhos auditivos não é um luxo, mas uma necessidade para evitar o isolamento e melhorar a comunicação", diz Gonçalves. "Atualmente, há aparelhos discretos e modernos, com sensores que otimizam a captura de áudio e reduzem o tempo de resposta ao paciente", conclui a fonoaudióloga.

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