O acordo selado entre Golden BRZ CBD/Isospec, Mãe da Cannabis e Iquego acontece em Goiás e visa beneficiar até 50 pacientes com tratamento inovador
Goiânia, novembro de 2023 - Uma parceria inovadora foi firmada em Goiás com a finalidade de evidenciar a eficácia dos produtos à base Cannabis Medicinal no estado e no Brasil. A parceria, estabelecida na sede da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), envolve a empresa Golden BRZ CBD, representante da multinacional Isospec (multinacional referência internacional na produção de produtos a base de cannabis) no Brasil. Também integram a iniciativa, o Projeto Mãe de Cannabis e a Associação Brasileira das Indústrias de Cannabis (ABICANN), que vai dar suporte ao projeto.
O compromisso conjunto é dirigido a melhorar substancialmente a vida de um grupo inicial de 30 a 50 pacientes, enfocando especificamente crianças afetadas por microcefalia relacionada ao surto de zika vírus de 2016, assim como indivíduos diagnosticados com autismo, Alzheimer e Parkinson.
"Entendemos que nosso papel vai além do comércio. Temos uma responsabilidade social e é imperativo que contribuamos para o bem-estar da comunidade", afirma Adair de Souza Camargo Junior, CFO da Golden BRZ CBD/Isospec. Esta iniciativa está em linha com metas ambiciosas de não somente fornecer tratamento, mas também documentar cuidadosamente o progresso dos pacientes em relação ao tratamento com Cannabis medicinal.
Legenda: O Projeto Conhecer vai fornecer tratamento gratuitamente e busca mudar a narrativa sobre o uso da Cannabis Medicinal no Brasil. Foto: Divulgação
Projeto Conhecer é o nome da iniciativa colaborativa desenvolvida com o objetivo de comprovar a eficácia do tratamento com produtos em Cannabis Medicinal, educando e trazendo clareza ao debate. O projeto busca expandir seu alcance, convidando outros atores, sejam eles do setor privado, público ou de entidades não lucrativas, para somar esforços em benefício da comunidade.
"Nosso objetivo vai além de simplesmente fornecer o tratamento. Queremos mudar a narrativa em torno do uso da Cannabis Medicinal. Acreditamos firmemente que esse tipo de tratamento não deve ser visto como um último recurso, mas sim como uma das primeiras opções a serem consideradas. Isso é especialmente crítico em casos onde os tratamentos convencionais não tiveram o sucesso esperado ou trouxeram efeitos colaterais indesejados", destacou José Carlos, Presidente da Iquego, durante a reunião inaugural da parceria.
Legenda: Parceria público-privada vai permitir levantamento de dados e também desmistificação do uso da Cannabis. Presidente do Iquego, José Carlos, destaca a relevância da ação
O projeto é fruto de um processo que começou em agosto de 2022, com um contrato oficialmente firmado em março do ano corrente. Seu escopo abrange a coleta de dados completos sobre a eficácia do tratamento, efeitos colaterais, qualidade de vida dos pacientes e outros indicadores relevantes para futuras pesquisas e políticas públicas. A Iquego tem um interesse particular em garantir que um número maior de pessoas necessitadas tenha acesso a produtos baseados em Cannabis medicinal, a preços acessíveis, por meio de um trabalho focado em pesquisa.
Parceria e liderança
A reunião que marcou o início dessa parceria inovadora aconteceu na sede da Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), um local simbólico que destaca a relevância do setor industrial e químico na saúde pública. A agenda do encontro foi cuidadosamente planejada para abordar os múltiplos aspectos do projeto e contou com a presença de diversas partes interessadas.
Representando o Projeto Mãe de Cannabis estavam membros chave responsáveis pela mediação com as famílias que serão beneficiadas, trazendo consigo relatos e dados que ajudam a entender as necessidades específicas desses pacientes. A Golden BRZ CBD/Isospec assumirá o fornecimento dos medicamentos. Estiveram presentes executivos e especialistas da área médica, reforçando o compromisso da empresa em garantir que os produtos sejam de alta qualidade e atendam aos rigorosos padrões regulatórios.
Metas e projeções
Além de fornecer tratamento médico especializado em Cannabis para um grupo de 30 a 50 pacientes, o projeto possui um escopo muito mais abrangente e estruturado. Não se trata apenas de uma intervenção terapêutica isolada, mas de uma iniciativa que envolve um acompanhamento rigoroso e uma avaliação meticulosa de cada caso individual. O projeto prevê a coleta de dados abrangentes sobre a eficácia do tratamento, efeitos colaterais, qualidade de vida dos pacientes e outros indicadores relevantes.
"Estamos no processo de elaboração de um cronograma detalhado que vai esclarecer todas as etapas envolvidas, desde a triagem dos pacientes até o fornecimento dos produtos e o acompanhamento pós-tratamento. Nossa meta é não apenas fornecer o tratamento, mas também documentar e analisar os resultados, para que possam ser usados em pesquisas e políticas públicas futuras", enfatizou José Carlos, ao destacar que a Iquego terá o papel de analisar dados e gerenciar toda a parte de pesquisa.
Saiba detalhes sobre o uso da Cannabis Medicinal no Brasil
O uso de cannabis medicinal tem sido um tema cada vez mais discutido no Brasil. Segundo a Agência Brasil, nos últimos 10 anos, as pesquisas e o uso legal de cannabis medicinal aumentaram muito no país. Em 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil. Com a decisão, produtos feitos com cannabis para uso medicinal podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à fiscalização da agência. Desde então, 18 medicamentos feitos a partir da planta foram aprovados e o acesso a eles, facilitado. Mas ainda é preciso seguir alguns passos para comprá-los e o preço também pode ser um obstáculo.
De acordo com o neurocientista Sidarta Ribeiro, que é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o avanço acompanha a tendência mundial de regulamentação de medicamentos feitos à base da planta, popularmente conhecida como maconha. Desde 2015, os produtos derivados da maconha foram prescritos por mais de 800 médicos brasileiros. Cada paciente também precisa solicitar liberação à Anvisa para adquirir o medicamento. Hoje, mais de 75 mil autorizações já foram concedidas.