Artigo por Leonardo Sepulcri, Diretor de Inovação da hypeone
A incorporação das dimensões ambiental, social e de governança (da sigla em inglês “ESG”, de “enviroment”, “social” e “governance”) pelas empresas requer planejamento e comprometimento. Afinal, não se trata apenas de um rol de boas práticas a ser seguido, mas, sim, de um movimento que pode transformar as relações de uma companhia com o mercado e, também, com seus colaboradores. Entretanto, dar o primeiro passo nem sempre é fácil, porque nem sempre está claro por onde e como começar. Mas, se você está investindo em transformação digital, saiba que ela é uma aliada do meio ambiente - ou melhor, do “E”, do ESG. Isso porque, com uma boa solução de assinatura eletrônica e digitalização de documentos, a economia de papel é certa.
O cuidado com o impacto ambiental é um fator decisivo para a realização de novos negócios. Os novos players do mercado financeiro avaliam com rigor o posicionamento das empresas em relação a esta temática, usando como base as informações relacionadas às métricas da área de ESG. E não se trata de algo vago ou apenas “ecologicamente correto”. Um único eucalipto gera de 20 a 24 mil folhas do tamanho A4 (aquele sulfite que costumamos usar nos escritórios) e, de acordo com um estudo da Universidade de São Paulo, para cada 7.500 páginas impressas, uma árvore precisa ser plantada para reduzir o CO² da utilização desse papel. Pensando nos recursos hídricos, também devemos levar em conta o impacto considerável no uso de água - segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), são necessários 540 mil litros de água e entre 2 e 3 toneladas de madeira para produzir uma tonelada de papel (o que equivale a 11 árvores). O consumo de papel pelo brasileiro gira em torno de 44 kg por ano.
A pandemia do coronavírus e seus impactos gigantescos sobre as pessoas ajudaram a reforçar a importância da preservação do meio ambiente. Na verdade, não é só o mercado que está de olho nas empresas que adotem práticas sustentáveis do ponto de vista ambiental. Os próprios colaboradores (sobretudo os da chamada Geração Z, que buscam oportunidades em organizações que observam as boas práticas do ESG como um todo) valorizam as companhias que fazem uso racional de energia, que fazem a correta disponibilização de resíduos e que fazem a seleção de matérias primas de baixo impacto na natureza, mostrando compromisso sob os pontos de vista ético e de inclusão social. Em outras palavras, se no passado pensar em preservação ambiental era tão somente uma estratégia de marketing, hoje temos esses valores profundamente incorporados nas estruturas das corporações, ainda mais com as regras estabelecidas por instituições globais como a Organização das Nações Unidas e o Fórum Econômico Mundial.
Isso me faz questionar qual a real necessidade dessa quantidade de papel se podemos formalizar tudo utilizando meios digitais. Precisamos, urgentemente, sermos mais sustentáveis, usando menos árvores, menos água e gerando menos CO2. E, indo mais além, precisamos pensar se realmente faz sentido imprimir e armazenar documentos que podem ser digitalizados ou enviados eletronicamente. É verdade que isso ainda acontece na maioria das empresas, porque, por lei, alguns documentos têm a obrigatoriedade de serem impressos (o que acaba gerando mais gastos, provocando mais riscos de perda e demandando uma política de sustentabilidade mais elaborada). A boa notícia é que uma boa parcela desse armazenamento obrigatório pode ser feita digitalmente.
Sim, é possível minimizar os impactos na natureza por meio da tecnologia para acordos digitais, que permite otimizar e diminuir custos dos processos como um todo. Sendo assim, se você é uma pessoa atenta às questões ambientais, mas ainda apegada ao papel em seus processos, saiba que a transformação digital ajuda a mudar esse mindset. Tenho orgulho em dizer que ajudei a liderar toda uma equipe que se dedicou a criar soluções que levam transformação digital aos nossos Clientes, e que com elas é possível assinar certidões eletronicamente, enviar contratos ou propostas de forma online (sem necessidade de imprimir documentos) e armazenar documentos, tudo de modo seguro e com mais evidência do que as formas convencionais, eliminando custos e esforços de conferência e guarda.
O ESG e a transformação digital andam de mãos dadas. É preciso entender essa simbiose como algo decisivo para a preservação da natureza e dedicar empenho para buscar as melhores soluções tecnológicas, que nos ajudem nesse sentido. No que depender de nossos esforços, combinaremos inovação e consciência ambiental não só para desenvolver produtos com este propósito, como também para firmar tendências que ajudarão a legar futuro digno para o planeta.