Os constantes aumentos nos preços da gasolina e óleo diesel levaram o vice-líder do Podemos na Câmara, deputado federal José Nelto (GO), a iniciar a coleta de assinaturas para a criação da ‘CPI dos Combustíveis’. O objetivo será a investigação da política de reajustes desses produtos no Brasil.
No documento de proposição da CPI, José Nelto argumenta que, somente neste ano, a gasolina e o diesel sofreram 6 reajustes e o valor do litro da gasolina subiu 50% (cinquenta por cento). E que esses são motivos para que o parlamento entenda os reais motivos dos ajustes e defenda milhares de brasileiros de qualquer cobrança abusiva.
“O brasileiro já enfrenta uma grande crise econômica por causa da pandemia. Acrescentar ainda mais essa carga financeira a esse momento difícil, além de injusto, é potencialmente criminoso. Precisamos apurar as circunstâncias desses aumentos”, justifica o deputado.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os consumidores dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Tocantins e Acre já pagam no litro da gasolina mais de R$ 7.
Segundo o parlamentar, a Petrobras sustenta que os preços são baseados no valor do produto no mercado internacional e na taxa de câmbio. Para o deputado, a justificativa precisa ser esclarecida já que todos os reajustes impactam na renda e no dia a dia de milhares de cidadãos.
“Sempre que há ajustamento do preço, com aumento do valor do combustível, a mudança é sentida por toda a população brasileira. São vários produtos e serviços que são afetados com o reajuste, sendo os principais, os trabalhos com transportação e a cesta básica. Todos acabam pagando a conta não apenas nas bombas, mas também com o aumento de alimentos e até do gás de cozinha. Portanto, essa série de aumentos no curto espaço de tempo podem provocar um verdadeiro colapso em nosso país, como já vivenciamos anteriormente, como ocorreu com a grave crise provocada pela greve dos caminheiros, em 2018”, acrescenta José Nelto.
O requerimento que cria a ‘CPI dos Combustíveis’ precisa receber o apoio de 171 parlamentares para que os trabalhos iniciem.