Brasileiros nascidos entre 1980 e 1995 representam hoje grande parte da população economicamente ativa e querem imóveis que privilegiam a experiência e a praticidade
Recentemente, a internet foi tomada por um acalorado embate de gerações, que rendeu o célebre meme "cringe", termo em inglês que significa "constrangedor". O debate foi desencadeado por indivíduos da geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 –, que ironizaram o comportamento dos millennials, como são chamados os pertencentes à geração Y, de 1980 a 1995. Apesar de serem vistos como "estranhos" e "vergonhosos" pelas gerações mais novas, os millennials representam, atualmente, uma das fatias da população economicamente ativa com maior poder aquisitivo e recebem atenção especial por parte das empresas. Um exemplo é o mercado imobiliário, que está se adaptando às características e pretensões dos brasileiros que possuem entre 26 e 41 anos.
Uma das principais diferenças dos millennials em relação às gerações anteriores é a priorização da experiência de consumo em detrimento da construção de patrimônio. Enquanto os indivíduos que atingiram a independência financeira entre os anos 1970 e 2000 tinham o foco claramente voltado para a sensação de aquisição, tendo como principais sonhos a compra da casa própria ou de um carro, os millennials estão mais atentos à praticidade e não dão muita atenção ao conceito de status social. Por isso, os imóveis pensados especificamente para este público destacam principalmente a localização e a funcionalidade, como explica Karina Duarte, especialista em Gestão Organizacional e Desenvolvimento Humano.
"A geração Y quer praticidade, facilidade e qualidade de vida. Por isso, eles preferem os centros urbanos e imóveis localizados em bairros mais acessíveis, tudo em nome de mais mobilidade e para não perder tempo. Aliás, tempo é uma coisa muito importante para os millennials. Se o apartamento for perto do trabalho, então, melhor ainda. Uma grande parcela deste público prefere morar em apartamentos funcionais e menores, com condomínio que disponibilize área fitness, coworking, espaço gourmet e outros recursos que complementem o apartamento. Esse senso de coletividade se casa com o foco na usabilidade e na simplicidade", afirma Karina.
Uma pesquisa da MindMiners, especialista em mercado digital, aponta que atualmente comprar um imóvel é prioridade para pouco mais da metade dos brasileiros, confirmando uma mudança de paradigmas trazida pela geração Y. A predileção por gastos com gastronomia, turismo, tecnologia etc. colocou de lado a necessidade de construção de patrimônio. Segundo o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), 63% dos brasileiros ficariam satisfeitos com um contrato flexível de aluguel no lugar da casa própria. Os que ainda fazem questão de comprar imóveis acabam preferindo espaços menores e mais funcionais.
Para Marcus Araujo, CEO e fundador da Datastore, especialista em inteligência de mercado, a geração Y se diferencia principalmente por causa do modelo reduzido de família, com um número consideravelmente menor de filhos do que a tendência observada nas gerações anteriores. Esta característica também modificou a relação com os imóveis e a construção de patrimônio, que eram os principais objetivos nas décadas anteriores.
"A geração Y está na faixa entre os 26 e 40 anos, tem um ou dois filhos. Essa geração é descendente da X, que foi a que mais construiu nos últimos 200 anos. Tinham casa no campo, na cidade, imóvel comercial. A geração X foi a grande responsável pela verticalização das cidades em todo o mundo, empreendedores e competitivos. Já a Y é exatamente o contrário, e foi incentivada a compartilhar tudo", explica Marcus Araujo.
Móveis com muitos compartimentos e divisões internas são uma boa pedida para apartamentos compactos (Divulgação)
Com a mudança do comportamento, os projetos também vêm sofrendo adaptações: apartamentos voltados a esse público, que irá alugar ou comprar em algum momento, agora são mais compactos, porém com elevado nível de acabamento, inovações tecnológicas, espaços atualizados na área comum e compartilhamento de serviços.
"Os millennials pensam em praticidade e usabilidade. Querem morar em um lugar que ofereça boa localização, projeto inteligente, alto padrão de acabamento e áreas comuns bem equipadas. Esse tipo de imóvel atende muito bem tanto quem quer comprar para investir quanto quem quer morar", diz João Gabriel Tomé, CEO da City Soluções Urbanas.
A City Soluções Urbanas, juntamente com a O.M. Incorporadora, desenvolve desde 2015 uma linha de empreendimentos com apartamentos compactos que possuem características voltadas a agradar os millennials em Goiânia. O sucesso dos condomínios Art Residence, Dot Bueno Residence, Spot Marista e Hub Compact Life nos últimos anos consolidou as empresas como referências no segmento de compactos de luxo na capital goiana. Agora, a aposta é no Azure Compact Life, novo empreendimento de 1, 2 e 3 suítes localizado na Alameda Ricardo Paranhos, no Setor Marista.
Entre os diferenciais do Azure que prometem agradar os millennials, estão a localização privilegiada, uma proposta de arquitetura moderna e fluida para a fachada e atenção total aos detalhes. Além disso, o empreendimento possui uma forte presença de tecnologia embarcada, incluindo uma conveniência para consumo dos moradores com pagamento via QR Code e também a guarda-entrega, uma área na portaria adaptada para delivery de alimentos, equipada com freezer e geladeira. Segundo João Gabriel Tomé, essas características foram pensadas para atender à demanda dos consumidores com perfil millennial, além de agradar investidores que estão adquirindo imóveis voltados para este público.
"Oferecemos coworking, bicicletário, academia, vaga verde para carros elétricos e outras comodidades que diferenciam muito o empreendimento e agradam essas pessoas que possuem senso coletivo e querem viver em um lugar que tenha vida própria", avalia João Gabriel.
João Gabriel Tomé, CEO da City Soluções Urbanas, aposta na boa aceitação dos apartamentos compactos (Divulgação)
Segundo a especialista Karina Duarte, outros aspectos que atraem os millennials são a possibilidade de personalização e a valorização da sustentabilidade. Ela afirma que grande parte destes consumidores procura informações pela internet e está atenta aos valores disseminados pelas empresas em suas redes sociais. Assim, imóveis como o Azure, que apostam em conceitos ecológicos e fazem uso de práticas sustentáveis para minimizar os impactos ambientais, costumam atrair esse público atento às pautas contemporâneas.
"Além de apartamentos menores e mais funcionais, os millennials prezam muito pelo bem estar e priorizam aspectos como saúde mental, felicidade, sustentabilidade, estilo de vida. O mercado precisa se adaptar a esses anseios e, para isso, está oferecendo espaços inteligentes, que podem ser personalizados e que valorizam a sustentabilidade. A geração Y está muito alinhada a empresas que demonstram ter engajamento com a sustentabilidade e que possuem uma preocupação ambiental explícita", analisa Karina.