As aulas presenciais na rede pública de ensino do Distrito Federal voltam a partir de segunda-feira (2/8). O retorno não será feito de uma vez só, mas seguirá um calendário escalonado. Isso vai permitir a volta gradual às salas de aula de modo que a Secretaria de Educação (SEE) faça um monitoramento que garanta a segurança da comunidade escolar, que soma cerca de 500 mil pessoas no DF.
"O retorno às aulas é uma construção coletiva. Vamos trabalhar para que o retorno seja não apenas seguro no que diz respeito à prevenção da pandemia, como também recheado de acolhimento e afeto", governador Ibaneis Rocha.
Como em toda volta de recessos escolares, os primeiros dias são reservados ao encontro pedagógico nas escolas, em que os professores, gestores, coordenadores e auxiliares preparam a recepção aos estudantes. Isso acontecerá entre 2, 3 e 4 de agosto.
Os estudantes começam a voltar às escolas a partir de 5 de agosto, com o retorno dos alunos da educação infantil. A ideia é que, de forma escalonada, todos os alunos estejam em sala de aula até 30 de agosto, quando voltam ao presencial os matriculados em escolas de natureza especial, centros interescolares de línguas (CILs) e os centros de ensino especial. (Veja calendário abaixo)
O governador Ibaneis Rocha lembrou que o DF foi a primeira unidade da Federação a suspender as aulas no começo da pandemia e ressaltou que o retorno será feito com segurança. "Dialogamos e ouvimos tanto técnicos da saúde quanto da educação, pais e mães. O retorno às aulas é uma construção coletiva. Vamos trabalhar para que o retorno seja não apenas seguro no que diz respeito à prevenção da pandemia, como também recheado de acolhimento e afeto", se pronunciou ele nas redes sociais nesta manhã (27).
Autonomia
Durante coletiva nesta terça-feira, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, disse que o objetivo da pasta é respeitar a autonomia que a Lei da Gestão Democrática confere aos gestores escolares. "Cada escola vai poder adequar as regras. A secretaria estabelece a diretriz geral, para que as escolas da rede sigam. Mas, desde que os protocolos sanitários sejam respeitados, os gestores têm autonomia para organizar as turmas e o funcionamento da escola de acordo com sua realidade", disse.
Segundo ela, há escolas com turmas de menos de 20 estudantes. Nesse caso, o estabelecimento poderia exigir a presença de 100% dos estudantes da turma, porque ainda assim conseguiria respeitar a distância mínima de 1 metro entre eles. Também há casos de alunos com dificuldade de acesso à internet, o que impossibilita a transmissão simultânea das aulas presenciais pela plataforma Google Classroom.
"O professor vai dar a aula aos estudantes que estiverem presentes à escola e passar tarefas e ações pedagógicas do mesmo conteúdo para quem estiver em casa", explicou a secretária. Segundo ela, estudantes com comorbidades não precisarão retornar ao ensino presencial. "O que não pode é o estudante ficar sem o atendimento da escola, seja presencial ou remoto", ressaltou.
As aulas presenciais serão ministradas durante quatro horas, e uma hora será utilizada para a limpeza da escola entre os turnos escolares. Já os professores deverão dedicar uma hora diária ao atendimento remoto do estudante que ficou em casa. A secretária de Educação sugere que essa hora em que não haverá aulas presenciais seja usada para evitar aglomerações. "Eles podem fazer operações diferentes no horário da aula, começando mais cedo ou terminando mais tarde, para que os alunos não cheguem todos ao mesmo tempo", sugeriu.
Hélvia ressaltou ainda que as aulas serão retomadas no dia 2, com o professor já na escola fazendo atividades mediadas. O escalonamento se dará apenas quanto à presença do estudante. Assim, todos aqueles matriculados no ensino médio terão aulas remotas até 23 de agosto, quando metade deles deverá ir para a escola, iniciando a alternância semanal.
*Com informações da Secretaria de Educação do DF