A tecnologia precisa responder como reduzir o custo do condomínio, trazer mais segurança aos espaços comuns, acelerar a logística para as entregas, entre outras questões
Por Angélica Arbex*
A transformação digital mudou o jeito de viver em condomínios, e a pandemia do novo coronavírus acelerou essas mudanças. Morar, produzir, consumir e trabalhar são ideias em transição. Estamos constantemente traduzindo o espírito do nosso tempo e entendendo como ele influencia a forma de viver. A relação com a casa, por exemplo, que teve um ano tão ímpar em 2020, já vinha sendo redesenhada num equilíbrio delicado entre o privado e o coletivo.
A tecnologia é um meio que está a serviço dessa transformação. O digital precisa responder – e rápido – sobre como reduzir o custo do condomínio, trazer mais segurança no acesso aos espaços privados e comuns, acelerar a logística necessária para a entrega das encomendas de e-commerce que cresceram de forma exponencial durante o isolamento, entre outros desafios. Algoritmos, inteligência artificial, internet das coisas, monitoramento remoto, manutenção preditiva – os modelos criados e insistentemente testados pelas chamadas condotechs (startups focadas em inovar o setor condominial) estão trazendo para o eixo do morar o avanço que já aconteceu em outras indústrias, como a bancária, a de educação e a de saúde.
O digital é também um fator decisivo para a construção e o fortalecimento de comunidades geolocalizadas. Os grupos de WhatsApp dos condomínios se transformam em verdadeiras redes sociais, que se expandem para além dos muros do prédio e ocupam o entorno, ligando pessoas, proporcionando encontros, conveniência e renda. Um professor de francês pode encontrar uma rede de alunos a algumas quadras de sua casa e evitar grandes deslocamentos, ganhando tempo e qualidade de vida. Fortalecido no novo cenário, o comércio local tem potencial para, com a tecnologia, redesenhar a forma como consumimos e produzimos nos grandes centros urbanos. Trata-se de uma mudança já em curso, e irreversível.
Tudo na vida do condomínio pode ser redesenhado e melhorado com a ajuda da tecnologia. Os tempos atuais de restrições são prova disso. Foi agora que a nossa indústria tomou coragem de renovar antigos modelos, como as assembleias. As reuniões digitais transformaram a relação com os condôminos. Agora, com segurança, conforto e conveniência, todo mundo pode participar da tomada de decisões, estando no prédio, na cidade ou de qualquer lugar do mundo. Nos condomínios administrados pela Lello, já fizemos mais de três mil assembleias digitais, e o resultado foi o dobro de participação das pessoas em comparação com as reuniões presenciais que eram realizadas anteriormente.
Precisamos estar atentos aos aprendizados deste período e ajudar a entender, criar e traduzir novas maneiras de viver, morar, trabalhar e consumir com mais simplicidade, leveza e felicidade. Afinal, a tecnologia só faz sentido se, no fim do dia, melhorar de verdade a vida das pessoas.
*Angélica Arbex é gerente executiva de marketing e inovação da Lello Condomínios.
Tags
Brasil
Brasília 60
Cidades
cidades e condominios
Comunidade
Condomínios
www.cidadesecondominios.com.br