Desde junho de 2013 vigora no Brasil a ABNT NBR 16071/2012, elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, estabelecendo inúmeros requisitos de segurança para as áreas de playground, incluindo brinquedos, pisos com absorção de impacto, métodos de ensaio na fabricação dos equipamentos, projetos da área, instalação, inspeção, manutenção e utilização
O empresário Nelson Krehnke, que atua há 30 anos no setor de recreação e brinquedos, e participou dos estudos da ABNT, fala sobre a segurança do playground em entrevista à Direcional Condomínios.
- PRINCIPAIS REQUISITOS
“A NBR 16071/2012, regulamentada pela ABNT, foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Segurança de Playgrounds (ABNT/CEE- 120), e cita diretrizes que devem ser seguidas a fim de minimizar os riscos de acidentes nos playgrounds. As principais regras a serem seguidas para o projeto de um parque envolvem os riscos de lesão corporal. Para isto, são avaliados todos os pontos móveis ou fixos, e estes não devem apresentar risco de belisco, aprisionamento nem esmagamento. Até mesmo os materiais utilizados em sua fabricação não podem apresentar lascas ou cantos vivos, a fim de evitar lesões ao usuário.
Outra questão abordada na norma se refere à oxidação e toxidade dos materiais utilizados na construção do parque, com intuito de aumentar sua vida útil e evitar alergias ou irritações toxicológicas. Na fabricação, todos requisitos de segurança devem ser avaliados, conforme a norma ABNT NBR 16071-4:2012, por meio de testes descritos na mesma, utilizando-se gabaritos ou ensaios laboratoriais.
Outra importante regra citada pela norma, muitas vezes deixada de lado, é que todo usuário deve ser assistido por um responsável.
O parque fabricado e instalado em conformidade com a NBR oferece segurança aos usuários. O comprador deve exigir um produto regulamentado pela NBR e certificado pela IQB (Instituto Brasileiro de Qualificação e Certificação).”
- MATERIAIS
“A norma regulamenta todos os materiais que compõem o parque: Metais, madeira, compósitos, fibrosos etc. E proíbe várias substâncias químicas tóxicas que podem estar presentes em tintas e tratamentos superficiais. Por exemplo, a ‘madeira plástica’, que vem sendo amplamente utilizada nos parques, traz a aparência da madeira, porém é feito a partir de resíduos plásticos reciclados ‘não classificado’ e não tóxico. O material apresenta grande durabilidade e resistência às intempéries. Pelo fato de ser um material reciclado ‘não classificado’, ou seja, que apresenta vários tipos de polímeros em sua composição, reduz a agressão ao meio ambiente, sendo mais ecologicamente correto. Há também o plástico rotomoldado, que utiliza apenas um tipo de polímero no seu processo e oferece alta durabilidade dos seus componentes. Através do processo de rotomoldagem é possível chegar a diferentes formatos geométricos com funções distintas no parque, por exemplo, escorregadores e escaladas, curvas e túneis, jogos lúdicos e coloridos.”
- EVOLUÇÃO DO DESIGN
“A evolução dos materiais e formatos geométricos é notável no decorrer dos anos, principalmente entre as décadas de 1970 e 2000, período em que muitos tipos de materiais e processo de fabricação foram criados e aperfeiçoados, garantindo produtos mais elegantes, resistentes, duradouros e baratos. Mas entre os anos 80 e meados dos 90, os playgrounds se limitavam apenas a grupos individuais de balanços, gangorras, trepa-trepa e carrossel, normalmente produzidos em aço e poucos detalhes em madeira. Eles eram geralmente altos, robustos e com pouquíssima proteção de segurança. Já na década de 90 foram lançados brinquedos múltiplos ou combinados, feitos de madeira e aço. Esses produtos tiveram uma adesão melhor no mercado, por proporcionar mais diversão. Com a influência de outros países, o processo de inovações no setor de parques infantis trouxe vantagens como a diminuição do custo dos processos de fabricação e a diversidade de modelos, possibilitando tipos diferentes de brincadeira no playground.”
- MANUNTEÇÃO E MODERNIZAÇÃO
“O fator mais importante a ser considerado nesse processo, depois da diversão, é a conservação do parque. A correta manutenção garante maior vida útil e segurança. É aconselhável uma inspeção visual periódica, que varia conforme a intensidade e frequência de utilização do parque. A atualização pode se realizar pela manutenção no reparo de avarias, desgaste ou tempo de utilização; ou pela própria vontade do cliente em ter um modelo novo e mais moderno. Em caso de o parque ser muito antigo, recomendamos a substituição completa do mesmo.”
BRINQUEDOTECA: AMBIENTE PARA OS PEQUENOS
Condomínios buscam cada vez mais incrementar também as brinquedotecas, caso do residencial administrado pelo consultor de segurança José Elias de Godoy. Síndico orgânico atual no empreendimento de 24 anos, José Elias contratou um grafiteiro para decorar vários ambientes de uso da garotada, desde os pequeninos (brinquedoteca/ Foto) até o playground e a sala de boxe (voltada para os maiores).
O uso da brinquedoteca sempre demanda a supervisão de adultos. Esses espaços comportam equipamentos e brincadeiras, em geral, para a faixa etária até 8 anos de idade. Segundo o advogado Cristiano De Souza Oliveira, o ideal é que as crianças recebam, nas áreas comuns do condomínio, supervisão direta de um adulto responsável até nove ou dez anos e, a partir daí, “uma supervisão indireta”. Ele lembra que a legislação considera os menores até 12 anos como “crianças”.Ainda do ponto de vista da segurança, o gestor Carlos Alberto dos Santos recomenda aos síndicos que evitem nas brinquedotecas: Instalações elétricas expostas; aparelho de TV apoiado em prateleiras; tomadas sem proteção; portas e janelas com vidro trincando ou quebrado; aparelhos de interfone ao seu alcance; e extintores também ao alcance das crianças.
Fonte: Direcional Condomínios.
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