Governo de Goiás assina protocolos de intenção com 49 empresas. “É preciso independência intelectual e moral para quebrar uma máquina que visava interesse de um pequeno grupo”, diz Caiado durante solenidade. Investimentos ultrapassam R$ 3,4 bilhões e serão destinados a 23 municípios goianos. Expectativa é gerar mais de 22 mil empregos, entre diretos e indiretos
Foto: Wesley Costa.
O governador Ronaldo Caiado assinou, nesta sexta-feira (20/11), protocolos de intenção com representantes de 49 empresas que devem se instalar ou ampliar suas atividades em 23 municípios goianos. Os investimentos totalizam R$ 3,4 bilhões, com a geração de 22.168 empregos, entre diretos e indiretos.
Em outras três oportunidades semelhantes, também em 2020 e, mesmo no período da pandemia, o Governo de Goiás já havia formalizado a atração de outros 91 empreendimentos, que destinarão mais R$ 3,9 bilhões em recursos, e serão responsáveis por 40 mil postos de trabalho.
Durante o discurso do governador, três tópicos foram fundamentais para comprovar como o Estado tem conseguido alavancar a economia e ser referência nacional em educação, saúde, segurança pública e ação social. Descentralizar, desburocratizar e combater a corrupção têm sido o norte que chama a atenção de empreendedores de diversos estados do país para Goiás. Mas, segundo o próprio governador, o trabalho não é fácil.
“Para se quebrar uma máquina que visava o interesse de um pequeno grupo e transferir isso para 7,2 milhões de goianos, é preciso independência intelectual e moral. E, isso, graças a Deus, eu tenho”, afirmou Caiado durante a solenidade realizada no Centro Cultural Oscar Niemeyer.
Caiado foi enfático ao afirmar que em Goiás não existe mais “máquina de propina” para extorquir empresários. “Vocês vão ter independência para agir no nosso Estado. Temos que ser um instrumento para servir ao povo e àqueles que queiram se instalar aqui”, reforçou.
“Temos a obrigação de ser o governo que gostaríamos de ter. Tenho certeza de que, ao final desse mandato, vamos apresentar um Estado que gera emprego cada vez mais”, assinalou o vice-governador Lincoln Tejota. “Alcançamos os resultados porque contamos com o apoio irrestrito dos nossos secretários, que trabalham o governo como um corpo só.”
As razões para Goiás conseguir atrair investimentos de 49 empresas, que se instalam em 23 municípios do Estado, de uma vez só, estão diretamente ligadas à política de descentralizar para garantir o desenvolvimento igualitário em todas as regiões do Estado. Quando se computa o período total da gestão administrativa, de quase dois anos, os resultados dessa pulverização econômica são ainda mais expressivos; alcançam 87 prefeituras.
“Com certeza, isso levou Goiás ao primeiro lugar no crescimento industrial do país em 2020. Um aumento de 2,5% no acumulado do ano comparado com 2019 e, de 5,3%, na comparação de setembro de 2020 com o mesmo mês de 2019, em plena pandemia”, ressaltou o secretário de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), Adonídio Neto.
Ainda de acordo com ele, o Estado é a terceira unidade da Federação em crescimento absoluto de empregos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número de cadastramento de empresas, continuou, também é recorde, com 21.602, índice superior ao do ano passado.
Inteligência Artificial
Dentre as 49 empresas que assinaram o protocolo, seis são de base tecnológica, resultado do trabalho da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), que também tem promovido uma política de atração de investimentos para empreendimentos que aplicam ciência e tecnologia em suas operações.
Durante discurso, o ex-titular da pasta e hoje secretário-geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, apresentou um estudo realizado por uma empresa de tecnologia que elaborou um ranking de todos os centros de desenvolvimento de inteligência artificial do mundo. No Brasil, o levantamento apontou Goiás em primeiro lugar, 12 mil pontos à frente de São Paulo, que ficou na segunda posição com a conceituada Universidade de São Paulo (USP). “A tecnologia barateia, simplifica, dá agilidade aos processos e, com isso, ela agrega valor. O empresário se torna mais competitivo”, explicou Rocha Lima.
Secretário da Sedi, Marcio Pereira também teceu comentários sobre o estudo descrito. “Esse ranking é mérito não só do Estado e das universidades, mas também das pessoas que trabalham ali dentro. Hoje, Goiás é referência em inteligência artificial, pois mudou a ideia de como se faz o trabalho em tecnologia.”
Pereira ainda discorreu sobre outra ferramenta disponibilizada pelo governo estadual e que, aliada à instalação das empresas tecnológicas, vai alavancar ainda mais o desenvolvimento nos 246 municípios goianos: a Escola do Futuro. “Ela vem suprir um gap de profissionais de tecnologia da informação que existe atualmente, cerca de 26 mil no Brasil”, informou. “O Estado é o responsável [por essa unidade e pela capacitação]. É um incentivo completamente diferente, de pessoas. Isso muda o povo, muda a história”, complementou.
Quem testemunhou sobre essa nova realidade de modernização alcançada na gestão de Caiado foi o empresário paulista Marcio Barbero. Natural de Matão e morador atualmente de Jundiaí, ele foi direto ao revelar o que se comenta nas rodadas de negócios realizadas no país. “Você já foi para Goiás?”. A pergunta, segundo o empresário, encontra resposta no fato de como o Estado tem enfrentado a pandemia e mantido a empregabilidade, mas não está restrita a estes dois elementos. “Goiás tem solo rico, mão de obra qualificada, fácil escoamento, mas, principalmente, tem sido reconhecido pelo incentivo sem burocracia”, afirmou.
O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Edwal Portilho, também compartilhou da mesma visão de Barbero. “Quero elogiar a todos vocês pelo diálogo estabelecido com o setor produtivo. [Foram as medidas] implementadas pelo governador as responsáveis por estarmos conquistando esse momento e por podermos festejar”, elogiou.
O prefeito eleito de Luziânia, deputado estadual Diego Sorgatto, agradeceu ao governador por possibilitar, com todas as mudanças implantadas, a atração de mais de R$ 1 bilhão para o município que passa a administrar a partir de janeiro de 2021. “Caiado tem elevado espírito público, uma equipe integrada e sabe da importância da industrialização para todos os municípios goianos”.
Licenciamento Ambiental
A desburocratização tem permeado todas as áreas administrativas do governo, graças ao compasso homogêneo presente entre a equipe. A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, demonstrou como a informatização na emissão do licenciamento ambiental permitiu que o sistema goiano se tornasse o mais avançado do Brasil, com tempo recorde de análise. “Saímos de 6, 7, 8 anos para alguns poucos dias”, exemplificou.
“A sustentabilidade sensata, com compromisso para com as gerações presentes exige a minimização dos impactos ambientais e a maximização dos benefícios gerais. O Estado de Goiás trabalha para promover a harmonização entre pessoas e natureza, e entre processos produtivos e desenvolvimento sustentável”, acrescentou Vulcanis, ao quebrar, ainda o paradigma de que “destravar a máquina pública é desproteger o meio ambiente”. Na verdade, explicou, a burocratização do licenciamento, como ocorria em Goiás em anos anteriores, facilitou a “indústria de propina” e levou centenas de empreendimentos para a ilegalidade.
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