Janaina Paschoal declara-se arrependida por seu voto ao presidente Bolsonaro

Janaina Paschoal defende afastamento de Bolsonaro. Deputada estadual por São Paulo, coautora do pedido de impeachment de Dilma disse que presidente cometeu "crime contra a saúde pública"



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A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) defendeu, nesta segunda-feira (16/03), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seja afastado da Presidência da República: “Deixa o Mourão (Hamilton Mourão, vice-presidente, do PRTB), que é treinado para defesa, conduzir a Nação”. Para ela, o presidente cometeu “crime contra a saúde pública” ao comparecer, de quarentena por causa do novo coronavírus, às manifestações do último domingo (15/03) e apertar mãos de apoiadores.

Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo, Janaina, que é coautora do pedido de impeachment que resultou na saída da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo, disse que o que Bolsonaro fez é “injustificável e inadmissível”. Ela também estendeu as críticas ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Se Dilma foi afastada por impeachment, contudo, para Janaina, não haveria, sequer, tempo para um processo do tipo no caso de Bolsonaro. “As autoridades têm que se unir e pedir para ele se afastar. Nós não temos tempo para um processo de impeachment. Precisamos de pessoas capazes, competentes, de conduzir a nação.”

“Não tem mais justificativa. Como um homem que está possivelmente infectado vai para o meio da multidão? Eu me arrependi do meu voto, como é que esse homem vai lá? Ele está brincando? Ele acha que pode tudo?”, questionou ela.

Para ela, se forem registradas mortes por causa da doença no Brasil, tanto Bolsonaro quanto Doria podem ser processados. “Isso é homicídio doloso, quando as autoridades têm o poder e o dever de tomar providências para evitar o resultado danoso e assim não procedem, elas respondem por isso. Isso vai ser atribuído ao governador e, principalmente, ao presidente da República.”

Janaina também disparou contra colegas de partido que, apesar das recomendações do Ministério da Saúde, defenderam a manutenção dos atos, como as deputadas federais Bia Kicis (DF) e Carla Zambelli (SP), dizendo que Bolsonaro “manda as deputadas que são pau mandadas dele chamarem o povo para a rua”.

Mais cedo, o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, que assinou o impeachment de Dilma com Janaina, também questionou a permanência do presidente à frente do país, defendendo que ele fosse submetido a uma junta médica para saber se tem sanidade mental para o exercício do cargo. “Bolsonaro também está sujeito a medidas administrativas e eventualmente criminais. Assumir o risco de expor pessoas a contágio é crime”, afirmou.



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