Bate-papo com o síndico Wendel Ramos de Araújo


Na 46° edição da série de entrevistas intitulada de BATE-PAPO COM SINDICO, conversamos com o Policial Federal e Síndico do Residencial Primavera em Águas Claras-DF, Wendel Ramos de Araújo, veja abaixo as respostas desse competente síndico ao nosso portal


1-) Porque decidiu ser Síndico?

Bom, na verdade não decidi ser síndico. A questão foi uma casualidade aliada a uma insatisfação geral com o síndico que administrava nosso residencial. Ele praticamente só estava pagando contas, não era presente e jamais respondia nossas demandas. Esse desgaste junto a ele e uma turma que o apoiava, fez com que um grupo demandante, no qual eu pertencia, lançasse alguém como candidato. No final, eles, cientes que de fato não haviam feito nada mesmo, nem lançaram candidato e acabei sendo eleito como único candidato naquela ocasião. O que mais pesou na minha escolha para ser o então representante do grupo que estava infeliz com a gestão do síndico anterior foi o fato de já ter sido subsíndico, por 4 (quatro) anos, do Residencial Parque Águas Claras. Então de lá para cá já se quase 12 (doze) anos como gestor condominial.



2-) Como conciliar suas atividades, mais a de Síndico?

Realmente não é muito fácil, uma vez que sempre viajo para alguma missão policial. Todavia, sempre fiz uma gestão descentralizada. Isso me permitiu montar uma equipe de funcionários muito coesa, onde cada uma sabe perfeitamente o seu papel. Confesso também que no nosso quadro tem um encarregado que é meu braço direito e até esquerdo também. Demando ele semanalmente com uma lista de atribuições e execuções, conforme nosso planejamento. Isso me permite conciliar minha profissão com as atividades de síndico. Não posso deixar de mencionar também que a nossa subsíndica é bem atuante nas minhas eventuais ausências.

3-) Como é ser Síndico?
Ser síndico é uma verdadeira arte para se desenvolver habilidades para lidar com as pessoas. Temos que ter em mente que cada cabeça é uma “sentença” diferente. Você tem que estar preparado para lidar com as reclamações, demandas e lampejos de humor de cada condômino e isso não é fácil. Temos que nos reinventar a cada dia para saber lidar com as novas situações que aparecem a cada dia. Você acaba sendo psicólogo, amigo, vizinho, confidente, terapeuta etc... é uma atividade bem interessante e desafiadora.

4-) Quando assumiu quais os problemas encontrados?
Sempre falo que quando assumi, meu condomínio tinha dois grupos que apelidei de republicanos e democratas. Ou seja, entrei como um “partido nanico” e tive que mostrar a eles que estava ali para fazer uma gestão, e não, para ficar lidando com intrigas. Os problemas, de uma forma geral, são os mesmos de todo condomínio: reduzir gastos, rever contratos, fazer uma análise e listar as prioridades, etc.

5-) O que representava o maior problema?
Em consonância com a pergunta anterior, posso dizer que o maior problema foi lidar com o ceticismo dos moradores, que já não acreditavam que poderíamos implementar mudanças positivas no condomínio, em razão das ineficazes gestões anteriores. Logo, ganhar a confiança dos moradores, creio que foi meu maior problema. Hoje é até engraçado nas minhas Assembleias no que tange o número de pessoas. O quórum é muito baixo até para uma Assembleia em que vamos deliberar sobre uma taxa extraordinária. E quando pergunto para os moradores o porquê de não irem à Assembleia, eles me respondem que confiam plenamente no que estou fazendo. Já são quase 8 (oito) anos como síndico no Primavera. Meu maior problema se transformou no meu maior orgulho: confiança em mim e no meu trabalho.

6-) Deixe uma mensagem de otimismo para os seus colegas Síndicos?
Vamos lá... se você estiver iniciando agora, procure copiar os acertos de outros gestores mais antigos e experientes. Aquele ditado de aprender com os próprios erros não é nada inteligente. Procure ser sempre solícito com os moradores, deixe seu número de telefone à disposição de todos. Lembre-se que “satisfação paga dívida”. Seja sempre transparente nos seus atos, mantenha seu Conselho Fiscal e Consultivo a par de todos seus gastos e atos administrativos mais relevantes. Isso lhe resguardará sempre. Seja sempre firme e educado com os moradores. Lembre-se: você não é funcionário do condomínio, você é o gestor dele. Saiba que você nunca agradará a todos, não tente isso de forma alguma. Procure atender as demandas da maioria, não demandas individuais. Em uma excepcionalidade, saiba também “engolir um sapo” de um condômino mais exaltado, se necessário, mesmo que você tenha razão. Pense que ele pode estar em um dia ruim. Posteriormente, mostre, com atitudes, que ele estava errado. Repito: isso é a exceção. Em regra, sua postura deve ser firme e seus argumentos devem ser embasados em fatos e fundamentos. Por fim, prescinde dizer que você tem que ser uma pessoa honesta, digna e honrada. Isso é obrigação de todo cidadão, não importa a função que desempenha.



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