“Me chamou de porteiro de bosta, macaco e nojento. Eu fiquei muito triste, porque isso machuca, fere a gente. É uma dor que não tem como explicar, mexe com a nossa autoestima”. O desabafo é de Gilson Vitalino, de 43 anos, porteiro de um condomínio em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte
Ele alega ter sofrido injúria racial da empresária Ariane Ellen Viriato, de 31 anos, que é moradora do edifício, no bairro Santa Maria, na terça-feira (24). Ela foi presa, mas pagou fiança e foi liberada. A mulher é reincidente, tem registro de outro crime, da mesma natureza, em 2017.
De acordo com o porteiro, o crime aconteceu após uma confusão por conta do interfone do prédio, que estava estragado. “A orientação que recebi foi que cada morador descesse para receber as visitas que fossem chegar para o Natal. A visita tinha que telefonar para o morador, aí ele descia e autorizava a entrada”, explica Gilson ao BHAZ.
O porteiro afirma que a mulher não ficou satisfeita com a orientação. “Ela já apareceu gritando dizendo que teria que ficar descendo toda hora, começou a gritar dizendo que não pagava condomínio caro para isso acontecer. Aí começou a xingar o condomínio, falou que o cachorro fazia cocô de propósito no lugar errado por isso”, explica.
Racismo
No meio da confusão teria ocorrido os xingamentos racistas. “Ela me chamou de porteiro de bosta, macaco e nojento. Foi uma situação muito ruim. Eu fiquei muito triste, porque isso machuca, fere a gente. É uma dor que não tem como explicar, mexe com a nossa autoestima. Ainda estou tentando assimilar tudo, foi algo muito forte”, continua.
Após o episódio, a mulher foi presa em flagrante por injúria racial. Contudo, segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, “a autora pagou uma fiança de R$ 2 mil e foi liberada. Ela responderá em liberdade”.
A mulher não voltou ao prédio depois da confusão. “Não tive mais nenhum contato, continuo trabalhando normalmente. Recebi muito apoio de todos os moradores e do síndico, falaram que vão me ajudar no que for preciso. As pessoas paravam para me cumprimentar, para dizer que estavam juntas comigo, que eu poderia contar com elas”, relata.
Sobre a situação, o porteiro ainda não sabe o que vai fazer. “Estou tentando digerir essa situação, mais para frente vou olhar as medidas cabíveis. Tenho que ver ainda”, completa o porteiro.
‘Imagem muito exposta’
Ao BHAZ, a cunhada da mulher, Lorena Carvalho, disse que ela está muito abalada e não consegue falar com a imprensa, mas afirma inocência. “Ela está em tratamento psiquiátrico, por conta do estresse pós-traumático sofrido. Ela teve a imagem muito exposta e não está nada bem. Por isso, ela não vai conceder entrevistas para nenhum veículo. Já estamos olhando câmeras do prédio, juntando documentos e vamos provar que ela não é racista”.
Outro caso de injúria racial
Não é a primeira vez que Ariane se envolve em um caso de injúria racial. Segundo a Polícia Militar (PM), um homem de 36 registrou queixa contra ela em fevereiro de 2017. Na ocasião, o homem era proprietário de um imóvel onde a mulher morava, e Ariane estaria devendo o dinheiro de contas de energia e irregularidades referentes ao estado físico do apartamento.
O homem teria lhe cobrado os valores devidos e, insatisfeita, a mulher teria dito que o homem era um “preto safado e fedido”. Sobre esse caso, a Polícia Civil informou que a investigação ainda segue em andamento.
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