Por meio do aplicativo e da Central 115, os chamados feitos pelos fiscais do meio ambiente terão prioridade de atendimento pela manutenção
A Caesb lançou dois novos canais de atendimento direcionados para a comunicação de extravasamento de esgoto em parques e unidades de conservação. Fiscais e demais servidores do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) terão canais exclusivos. O telefone verde será 115, seguido da opção 0-4.
Por meio do aplicativo, haverá a opção Extravasamento de Esgoto em Parques e Unidade de Conservação, já disponível na versão Android e, em breve, também para IOS. As ordens de serviço geradas por esses chamados serão classificadas como urgentes e encaminhadas como prioridade para a área de manutenção.
A criação dos canais verdes foi anunciada no Seminário “A Realidade do Saneamento Básico no DF – Operação e Manutenção do Sistema de Esgotamento Sanitário”, realizado pela Caesb, na semana passada, especialmente para servidores do Instituto Brasília Ambiental.
“O objetivo desse seminário é estreitar a parceria com o Ibram. A maior interessada na preservação do meio ambiente é a Caesb. É importante que os órgãos ambientais conheçam a realidade da Companhia e vejam como trabalhamos para tratar 100% do esgoto coletado e evitar que esses resíduos poluam a natureza”, disse o presidente da Caesb, Daniel Rossiter, na abertura do seminário.
O assessor de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Vladimir Puntel, há 33 anos na Caesb, destacou que a Companhia tem por princípio a proteção dos mananciais e que faz parte da missão da empresa incorporar a visão sistêmica do meio ambiente em todos os processos. “Em todas as nossas compras, o fornecedor deve apresentar licenciamento ambiental de suas atividades”, exemplificou.
No seminário, servidores do Ibram receberam explicações sobre todo o ciclo do saneamento, desde a produção e distribuição de água, passando pelo sistema de manutenção preventiva e emergencial, até os processos operacionais e tecnológicos desenvolvidos para automatizar, modernizar e aprimorar os serviços prestados pela Companhia ao longo desses 50 anos.
Os funcionários do Ibram também conheceram o Cecop, Centro de Controle Operacional da Caesb e o ônibus Expresso Ambiental, que tem uma maquete do ciclo do saneamento. Visitaram ainda uma das maiores estações de tratamento de esgoto da Caesb, a ETE Sul. A ideia foi mostrar todo o processo de tratamento dos esgotos até o despejo dos efluentes de volta à natureza.
Desafios no tratamento de esgoto
O foco maior do seminário foi o Sistema de Esgotamento Sanitário da Caesb. A superintendente de Operação e Tratamento de Esgotos, Ana Mota, explicou a operação em detalhes.
A Caesb tem 7.234Km de rede, coletando 89% dos esgotos do Distrito Federal. Para conduzir e tratar esse volume, existem 15 estações de tratamento (ETEs) e 74 estações elevatórias, que bombeiam os resíduos até as ETEs. A Companhia trata 100% do esgoto coletado. Entre as unidades da federação, a Caesb é a única que remove mais de 60% de matéria orgânica, chegando a 82% – no Brasil, 70% dos municípios não chegam a retirar 30% do material orgânico.
Para evitar que os esgotos extravasem e poluam o meio ambiente, a Caesb monitora a rede 24 horas por dia, tem uma rotina de limpeza dos poços de sucção e um cronograma de manutenção preventiva, lavagem de redes e atividades de fiscalização. Só em 2018, foram feitas 21 mil vistorias, que resultaram em 5900 autuações e 662 multas. A primeira abordagem da Caesb é sempre educativa, no sentido de corrigir ligações indevidas à rede de esgoto.
“O mau uso das redes é o principal problema que temos. Causa extravasamento, obstrução e rompimento de redes, entre outros. Pelo menos 76% dos extravasamentos de esgoto que temos são decorrentes da água da chuva que vai parar nos esgotos”, explicou Ana Mota.
Técnicos da Caesb e do Ibram também debateram sobre os desafios do sistema, como o reaproveitamento do lodo (subproduto gerado no tratamento) na recuperação de áreas degradadas e na agricultura, a erradicação de lançamentos clandestinos por caminhões-fossa e o reuso de água.
O superintendente de fiscalização, auditoria e monitoramento do Ibram, Humberto Wanderley, elogiou a iniciativa da Caesb em realizar o seminário. “Os técnicos puderam conhecer de perto a realidade da Companhia e o esforço para tentar reduzir o passivo ambiental decorrente dos esgotos”, disse.
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