Pare, pense e lembre, sem “mimimi”, como foi a última história contada por você para sair de uma situação no qual precisou dar uma desculpa bem recheada e caprichada em detalhes?
Por Quelem Rodrigues
Lembre-se da energia canalizada para aquele momento, sua leitura corporal, tônus muscular e feições do rosto. Seu cérebro passa a acreditar naquela desculpa esfarrapada, validando o hábito de se acomodar, e para isso basta dar uma desculpa incrementada, mais sofisticada ou refinada para receber o apelido de “Desculpa Gourmet”. Melhor do que explicar é exemplificar. Citarei frases ditas por nós a terceiros, bem como ditas a nós mesmos. As reticências dão o tom Gourmet das frases:
- Desculpa, mas estou velho demais para isso...
- Desculpa, não tenho tempo para essas coisas...
- Desculpa, não sabia que era pra fazer assim...
- Desculpa, mas não foi minha culpa, foi fulano...
- Desculpa, só vi sua mensagem agora...
- Desculpa, acabei de tomar banho e já estou na cama ...
- Desculpa, hoje é aniversário do meu melhor amigo...
- Desculpa, atrasei a conta porque...
- Desculpe, estou numa correria danada...
- Desculpe, trabalho amanhã bem cedinho...
-Desculpe, preciso estudar para uma prova...
- Desculpa, não tenho mais paciência...
Ah! Mas me atrasei no trabalho, não entreguei o documento a tempo, perdi o prazo, terei que me desculpar e/ou justificar? Sim. A questão é terceirizar o erro (intencional ou não), é atribuir a outros escolhas feitas por você, a questão é deixar enganar-se pelo sentimento da não verdade.
Os argumentos vazios, ou os exageros para justificar seus erros fazem você entrar num círculo vicioso, no círculo da inatividade, inação, hesitação, inércia física e mental. As desculpas apenas nos prendem nas justificativas, e não avançamos em ações. “Tá frio; tá quente; tá chovendo”. As desculpas não nos deixam fazer o que é preciso ser feito. E ainda, elas falam muito sobre nós. Ao fingirmos (creio que alguns leitores já passaram por essa experiência) acreditar numa desculpa esfarrapada, automaticamente emitimos uma opinião (provavelmente negativa) sobre aquela pessoa.
Portanto, deu sua palavra, cumpra! Seja o seu não, não. O seu sim, sim! Cuidado, pois ao inventar uma desculpa esfarrapada, o primeiro a acreditar é seu cérebro, e agindo assim corpo e mente agirão em consonância com as palavras proferidas. Então, quais são suas desculpas gourmet que te impedem de agir?
*Quelem Rodrigues é CEO Attivare Gestão de Pessoas & Coaching.
Instagram: @quelemcoach | Telefone: (61) 98305-4644