Uso da tecnologia nas cidades

Semáforos inteligentes, apoio a deficientes físicos e câmeras de segurança compartilhadas com autoridades são alguns projetos para cidades conectadas

Pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela organização Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), mostrou quais as principais contribuições que a tecnologia poderia proporcionar às cidades. Foram ouvidas mais de 2 mil pessoas, de 130 municípios de diferentes portes, em quatro regiões do Brasil em outubro deste ano.

De acordo com 36% dos entrevistados, entre as 10 opções de tecnologias apresentadas, a implantação de câmeras de monitoramento integradas às centrais de polícia, para garantir segurança pública, é a melhor contribuição da tecnologia para o desenvolvimento urbano.

Semáforos inteligentes e acessibilidade/apoio a deficientes físicos nos meios de transporte públicos praticamente empataram em segundo lugar, com índices bem menores, de 15% e 14% respectivamente.

Em terceiro lugar, os entrevistados citaram a internet sem fio em ruas e praças e o monitoramento de tráfego urbano em tempo real, ambos com 8%, seguidos de interação dos usuários com serviços de transporte público (7%), veículos elétricos (4%), identificação automática de veículos e instalação de sensores em postes de iluminação (ambos com 3%) e sistemas inteligentes para cobrança de passagens (2%).

Em entrevista ao Diário do Nordeste, de acordo com o professor Raul Colcher, membro sênior do IEEE, a prioridade atribuída à utilização de câmeras integradas a centrais policiais reflete a percepção de que a segurança pública é um dos principais problemas das grandes cidades brasileiras.

"É importante notar que o pleno aproveitamento desses investimentos requer um planejamento cuidadoso e a integração com outros sistemas e recursos tecnológicos, tais como a infraestrutura de telecomunicações, a implementação de soluções técnicas para permitir a proliferação das câmeras, o tratamento automático ou semiautomático das respectivas imagens via inteligência artificial, a capacitação dos centros de supervisão e a implementação de processos logísticos efetivos, que deem consequência à detecção de situações que exijam reação imediata, como sistemas de atendimento médico de urgência, deslocamento de forças policiais, resposta a eventos etc".

O professor ainda destaca que as cidades nordestinas carecem de investimentos que permitam seu crescimento ordenado e com qualidade de vida para os cidadãos. "No entanto, as metrópoles também almejam um crescimento econômico que supere o 'gap' hoje existente em relação às cidades do Sudeste e do Sul do País. Nesse sentido, creio que seja importante privilegiar ferramentas e soluções orientadas à otimização de infraestrutura (como energia, telecomunicações, etc.), à eficiência industrial e negocial (comércio eletrônico, apoio à logística, etc.), à educação e, naturalmente, às vocações econômicas em cada caso", afirmou o professor Colcher.

Fonte: DN.

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