Não é mais novidade. Basta ver aquelas lixeiras coloridas, uma ao lado da outra, para já sabermos do que se trata. Estamos falando de coleta seletiva
O Ministério do Meio Ambiente define coleta seletiva como sendo o recolhimento “diferenciado de resíduos que foram previamente separados segundo a sua constituição ou composição.” Essa separação é muito importante porque, se forem misturados vários tipos de resíduos sólidos, a reciclagem se torna mais cara ou, até mesmo, inviável. Diante disso, e pensando no volume de lixo produzido diariamente, se torna cada vez mais imprescindível que os condomínios sejam adeptos do programa.
Em Águas Claras, a síndica Camila Ornelas há cerca de um ano implementou o programa de coleta seletiva no condomínio em que é gestora. Cada andar do condomínio tem informativos sobre o programa e contam com duas lixeiras: uma para lixo seco e outra para orgânico. Em cada uma delas, também, há explicações sobre o tipo de material que pode, ou não, ser depositado ali.
A síndica também conta que ao implementar a coleta seletiva, levou a informação de que o condomínio seria adepto para a assembleia. Todos os moradores foram orientados sobre o seu funcionamento e, além disso, sempre que chega um morador novo, ele também recebe as informações. A parte educativa é essencial para que o programa dê certo. “Percebemos que as pessoas têm muitas dúvidas sobre reciclagem”, conta Camila.
O diretor de sustentabilidade da ABRASSP, Leonardo Valverde, propõe que a coleta seletiva seja de separação na origem. Assim, as pessoas devem separar tudo, seja orgânico, papel, vidro, latinha ou garrafa pet, já de casa. “É um esforço que vale a pena. Por exemplo, uma folha de papel sulfite gasta 15 litros de água potável para ser produzida. Para reciclar, não chega a 200 ml”, explica. “Com essas atitudes você está economizando água, deixa de contaminar o meio ambiente. Então, existe uma série de circunstâncias que vêm junto com a coleta seletiva que são extremamente favoráveis.”
O síndico pode decidir por fazer coleta seletiva no seu condomínio sem precisar de aprovação em assembleia. Contudo, não poderá impor sanções a quem não participar. Dessa forma, o diretor da ABRASSP indica que se convoque uma assembleia e, nela, se constitua uma comissão de sustentabilidade, composta de 3 a 5 membros. “Isto é importante porque você distribui as atividades e distribui a sensação de estar fazendo uma coisa boa. Tem que ser um trabalho que contagia. Por isso, é importante envolver as crianças, porque elas passam a cobrar os pais.”
Para implementar a coleta seletiva, sugere-se que o condomínio siga algumas instruções:
1. Identificação: O síndico vai identificar a quantidade e os tipos de resíduos produzidos pelos condôminos.
2. Armazenamento: Assim que os tipos de resíduos são identificados, o síndico deve procurar lugares para armazená-lo. O resíduo orgânico, por exemplo, deve ser despachado todo dia. Mas outros, como o papel, pode ficar armazenado por muito mais tempo.
3. Campanhas de conscientização: a desinformação é uma grande barreira à implementação da coleta seletiva. Isso se reverte com a criação de campanhas educativas, informação, convite às pessoas para que participem, envolvendo as crianças.
4. Funcionamento: para que tudo ocorra bem, também é preciso desenvolver um processo de funcionamento. É preciso estabelecer uma dinâmica de fluxo, resolver como os resíduos serão armazenados, quem ficará responsável e quando fará o transporte, etc. Condomínios usam diversas maneiras de transportar esses resíduos. Algumas cooperativas se interessam em buscar, alguns catadores também.
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