Patrícia Magna
Exercer a função de síndico é uma tarefa árdua e muitas vezes desvalorizada. A desvalorização aqui descrita não se trata da parte financeira, pois na maioria dos casos o síndico recebe algum estipêndio para tal exercício, seja a isenção da taxa de condomínio ou pró-labore
Um dos fatores que levar a essa desvalorização ocorre pela falta de conhecimento dos condôminos da rotina de trabalho do síndico. Ser síndico não se resume apenas em cobranças de taxas de condomínio ou em benfeitorias realizadas, existe toda uma parte administrativa a ser cumprida.
A função de síndico pode ser exercida por um morador com conhecimento na área condominial ou não, no entanto se faz necessário à busca ativa desse conhecimento em vários campos de atuação como: administração, contabilidade, recursos humanos, direito, engenharia civil, engenharia elétrica, psicologia, dentre outras, a fim de saber mediar e encaminhar as situações e os conflitos buscando sempre a melhor resolução dos problemas.
Muitas vezes por desconhecimento da função o condômino acaba questionando alguns posicionamentos adotados pela administração. As obrigações de uma administração condominial não são brincadeira, além de levar a processos jurídicos, o descumprimento dessas obrigações poderá prejudicar todo o prédio.
Em um condomínio no qual os moradores esperam uma boa administração é de fundamental importância o conhecimento desses condôminos, sobre o que consiste uma gestão condominial, qual a real função do síndico e da administração como um todo (subsíndicos, conselho fiscal e consultivo).
Não se deve apenas focar em boletos e gastos neles descritos, um bom dialogo com trocas de informações entre administração e condômino pode evitar dúvidas e conflitos posteriores. Sempre será cobrado que o síndico realize uma boa gestão financeira, sendo uma questão delicada, afinal, você estará gerenciando o dinheiro de outras pessoas, que cobrarão resultados pelas quantias que forem investidas. No entanto o síndico não precisa tomar todas as decisões do condomínio sozinho. Os condôminos não só podem como devem, propor soluções que busquem o bem comum, mas com conhecimento de causa e argumentos sustentáveis.
Dessa forma podem-se minimizar acusações injustas ao síndico pela não resolução de problemas no prédio ou por decisões tomadas para á resolução dos mesmos.
O condomínio é composto por moradores de várias profissões e especialidades, podendo ter o conhecimento de alguma área que compõem a estrutura física e administrativa do prédio, como por exemplo, ser um contador, e em algum problema contábil que envolver o condomínio ele pode até opinar, mas a decisão acaba sendo do síndico ou de uma votação em assembleia. Essa última se o ocorrido não for um problema emergencial. O síndico muitas vezes tem que ser ágil nas resoluções desses problemas, contando com apoio ou não de um especialista, se ele se dispôs a exercer o cargo deve está preparado para tais diligências. Já os moradores devem conhecer melhor a função do síndico dando á ele o apoio necessário nas decisões que buscam o bem comum.
*Patrícia Magna é Síndica Profissional em Brasília e 3ª vice-presidente nacional da ABRASSP.