A cada dia aumenta a demanda por jardins verticais. Na medida que os espaços disponíveis para paisagismo se reduzem e a demanda por mais verde aumenta, há um impasse entre oferta e demanda. Uma boa solução são os jardins verticais, ou não
Há hoje no mercado diversas soluções para jardins verticais e cada uma das soluções tem os seus pros e contras. Qual escolher? Quais os critérios para selecionar a melhor alternativa? Questionamentos como esses chegam constantemente e não há uma única resposta, nem uma solução melhor que outra, porque cada caso é um caso e cada situação é diferente.
Temos trabalhado com mais de uma alternativa e as melhores não são sempre as mais custosas, há soluções simples e econômicas que funcionam bem e dão excelente resultado.
As técnicas utilizadas para os jardins verticais basicamente se reduzem a três e todos os modelos disponíveis no mercado são variações delas. Vamos descrever e detalhar cada uma e analisar os pontos fortes e fracos.
A primeira é o uso de trepadeiras com telas ou malhas, preferivelmente metálicas. É necessário dispor de área ou espaço para plantio e o resultado das trepadeiras plantadas em vasos nunca é o melhor. Para ter um bom desenvolvimento é preciso que as plantas sejam plantadas no solo ou no pior dos casos em floreiras. Com esta técnica se obtém resultados rápidos, efetivos e por um custo relativamente baixo. A escolha das plantas é vital para que o resultado seja o desejado.
Um ponto a considerar é que neste caso cada painel deverá ser plantado com um único tipo de planta. Misturar espécies diferentes na mesma tela não oferece o melhor resultado porque uma planta cresce mais que as outras e acaba dominando as demais. Além do custo baixo e o bom resultado para grandes áreas, outro ponto positivo é a formação de grandes painéis de cor e textura uniforme.
A segunda alternativa é o plantio em vasos, floreiras ou blocos de concreto. Dispostos verticalmente, neste caso o custo de implantação é maior, exige que seja feito o cálculo do peso e envolve obras de alvenaria ou serralheria, além de ser preciso considerar irrigação para este tipo de jardim. A favor desta técnica e fato que seja possível trabalhar com uma maior quantidade de espécies e que possam ser usadas plantas já cultivadas em vasos. Alguns dos produtos disponíveis no mercado são autoportantes e podem ser utilizados para criar elementos de separação ou para separar visualmente ambientes. Quando utilizados vasos individuais com um suporte metálico, a manutenção e a reposição é muito mais fácil e rápida.
A terceira alternativa envolve placas de polietileno ou pvc e o plantio em substrato especifico utilizando uma tela sintética para formar os “ bolsos” ou vasos. Este técnica que é mais moderna e sofisticada tem um custo maior de implantação e incorpora irrigação e adubação automatizada o que reduz os custos de manutenção. Como a técnica anterior requer de estruturas de suporte, na maioria dos casos de aço galvanizado ou de alumínio. O numero de espécies que podem ser utilizadas é menor que no caso anterior mas é a técnica que melhor reproduz as condições naturais das plantas epífitas e que se encontram nas áreas de mata fechada. Exige alta umidade e há o seguinte risco: se não for feita a escolha adequada das plantas em pouco tempo algumas acabem tomando conta e invadindo todo a jardim.
A decisão não é nada fácil, por isso a melhor alternativa é procurar um profissional que tenha experiência com jardins verticais e possa apresentar a melhor solução para cada espaço. Ainda as condições de iluminação, tamanho e a disponibilidade de irrigação e drenagem são pontos adicionais a serem considerados no projeto.
PorJordi Castan é paisagista com mais de 30 anos de experiencia no Brasil e no exterior. É fundador da Boavista Paisagismo e têm executado mais de mil projetos. Os seus projetos buscam o equilíbrio entre a natureza e o ambiente urbano. Um profundo conhecimento da flora e de adaptação das plantas aos ambientes construídos são as bases do seu trabalho.
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