Rute Negrão Viana
A maioria dos síndicos sabe que tem que inspecionar a cada 6 meses e manutenir a cada ano toda mangueira de incêndio. O que talvez não saibam é o que fazer, quando começar, como e onde fazer, os para que e porquês, e quantos são os custos envolvidos
Pois bem, resolvido o quem tem obrigação de fazer, o próximo questionamento a ser respondido na assunção da administração condominial é o quando fazer.
A primeiríssima dessas inspeções deve ser feita pelo próprio síndico imediatamente após o início de sua sindicatura. Como? Identificando onde estão instaladas as mangueiras e demais equipamentos de combate a incêndio do condomínio. A seguir, deve-se verificar, em ambas as extremidades das mangueiras, se o Tipo3 instalado é o correto para a edificação, e se estão presentes e legíveis o nome ou marca do fabricante, o número da norma (NBR 11861), o mês e o ano de sua fabricação.
Superada essa etapa, o síndico deve se certificar de: se e quando a gestão anterior realizou a última inspeção / manutenção nas mangueiras, dados sem os quais a perfeita elaboração do Plano Gestor e da Agenda / Calendário de Manutenções Preventivas ficará prejudicada.
Pronto. A próxima etapa é identificar o que exatamente está envolvido nos atos de inspeção semestral e de manutenção anual das mangueiras de incêndio.
Na inspeção semestral exigida pela NBR, é verificado se o comprimento da mangueira corresponde ao comprimento nominal, se há desgaste por abrasão e/ou fios rompidos na carcaça têxtil ou na região do vinco, manchas e/ou resíduos na superfície externa, desprendimento do revestimento externo, evidência de deslizamento das uniões em relação à mangueira, dificuldade para acoplar o engate das uniões entre si ou com o hidrante e com o esguicho da respectiva caixa/abrigo de mangueira, deformações nas uniões provenientes de quedas, golpes ou arraste, ausência de vedação de borracha nos engates das uniões ou vedação ressecada, fendida ou cortada.
A manutenção anual compreende ensaios hidrostáticos4, reparos, reempatação, limpeza e secagem.
Ao se orçar para atender os quesitos onde e quanto, deve-se buscar empresas capacitadas, pois tais serviços requerem condições e equipamentos adequados para sua realização. Sendo assim, deve-se exigir que a interessada especifique na proposta a forma em que serão realizados os testes, o cumprimento da bancada onde as mangueiras serão testadas, o tipo de equipamento hidrostático utilizado, e a forma de secagem adotada após a realização do teste hidrostático.
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Importa verificar se a empresa possui registro no INMETRO, credenciamento no Corpo de Bombeiros e registro no órgão de classe para poder fornecer ART específica do serviço.
Ao final, a empresa executora deverá entregar o Certificado de Inspeção e Manutenção, acompanhado de relatório descritivo com todos os aspectos da inspeção e/ou dos testes realizados, como os dados técnicos, os instrumentos utilizados, as mangueiras aprovadas e as reprovadas para uso, bem como a identificação do signatário da ART responsável pelos testes.
O Certificado deverá ser devidamente arquivado para atendimento de exigências das autoridades, do Corpo de Bombeiros e da companhia de seguros.
Esses atos de gestão são importantes para o síndico, porque, além de promover o bem estar, segurança e proteção para a coletividade, terceiros e bens, o síndico poderá, em caso de omissão, ser destituído por gestão inconveniente, além estar sujeito a ações judiciais regressivas, pois a seguradora pode se recusar a indenizar danos causados por eventual sinistro.
Portanto, o síndico que bem administra um condomínio deve fazer constar da planilha da previsão orçamentária do anuênio administrativo, rubrica específica para inspeção semestral e manutenção anual nas mangueiras de combate a incêndio.
[1] 5 W: What (o que será feito?) – Why (por que será feito?) – Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por quem será feito?)
2H: How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?)
2 De acordo com a Norma NBR 12779
3 Tipo 1: edifício residencial. Tipo 2: edifício comercial, industrial ou Corpo de Bombeiros. Tipo 3: área naval, industrial ou Corpo de Bombeiros. Tipos 4 e 5: espécies de áreas industriais.
4 A Norma estabelece 19 ensaios: ensaio hidrostático, alongamento, flexão, número de voltas por 15 m, dobramento, ensaio de perda de carga, ensaio de ruptura, ensaio de resistência à abrasão, ensaio de diâmetro interno, ensaio de aderência, ensaio do tubo interno, tensão de ruptura, alongamento de ruptura, deformação permanente, variação máxima da tensão de ruptura após envelhecimento acelerado, variação máxima do alongamento de ruptura após envelhecimento acelerado, ensaio de envelhecimento do reforço têxtil, ensaio de resistência à superfície quente e ensaio de envelhecimento acelerado da mangueira Tipo 5.
Sobre a autora:
RuNeVi é Síndica Profissional, com formação Técnica em Contabilidade, Letras Tradução e Direito, Especialista em Direito Público e em Direito Processual Civil.
Portal Cidades e Condomínios por Jornalista Paulo Melo 61 98497-2015
A maioria dos síndicos sabe que tem que inspecionar a cada 6 meses e manutenir a cada ano toda mangueira de incêndio. O que talvez não saibam é o que fazer, quando começar, como e onde fazer, os para que e porquês, e quantos são os custos envolvidos
Pois bem, resolvido o quem tem obrigação de fazer, o próximo questionamento a ser respondido na assunção da administração condominial é o quando fazer.
A primeiríssima dessas inspeções deve ser feita pelo próprio síndico imediatamente após o início de sua sindicatura. Como? Identificando onde estão instaladas as mangueiras e demais equipamentos de combate a incêndio do condomínio. A seguir, deve-se verificar, em ambas as extremidades das mangueiras, se o Tipo3 instalado é o correto para a edificação, e se estão presentes e legíveis o nome ou marca do fabricante, o número da norma (NBR 11861), o mês e o ano de sua fabricação.
Superada essa etapa, o síndico deve se certificar de: se e quando a gestão anterior realizou a última inspeção / manutenção nas mangueiras, dados sem os quais a perfeita elaboração do Plano Gestor e da Agenda / Calendário de Manutenções Preventivas ficará prejudicada.
Pronto. A próxima etapa é identificar o que exatamente está envolvido nos atos de inspeção semestral e de manutenção anual das mangueiras de incêndio.
Na inspeção semestral exigida pela NBR, é verificado se o comprimento da mangueira corresponde ao comprimento nominal, se há desgaste por abrasão e/ou fios rompidos na carcaça têxtil ou na região do vinco, manchas e/ou resíduos na superfície externa, desprendimento do revestimento externo, evidência de deslizamento das uniões em relação à mangueira, dificuldade para acoplar o engate das uniões entre si ou com o hidrante e com o esguicho da respectiva caixa/abrigo de mangueira, deformações nas uniões provenientes de quedas, golpes ou arraste, ausência de vedação de borracha nos engates das uniões ou vedação ressecada, fendida ou cortada.
A manutenção anual compreende ensaios hidrostáticos4, reparos, reempatação, limpeza e secagem.
Ao se orçar para atender os quesitos onde e quanto, deve-se buscar empresas capacitadas, pois tais serviços requerem condições e equipamentos adequados para sua realização. Sendo assim, deve-se exigir que a interessada especifique na proposta a forma em que serão realizados os testes, o cumprimento da bancada onde as mangueiras serão testadas, o tipo de equipamento hidrostático utilizado, e a forma de secagem adotada após a realização do teste hidrostático.
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Importa verificar se a empresa possui registro no INMETRO, credenciamento no Corpo de Bombeiros e registro no órgão de classe para poder fornecer ART específica do serviço.
Ao final, a empresa executora deverá entregar o Certificado de Inspeção e Manutenção, acompanhado de relatório descritivo com todos os aspectos da inspeção e/ou dos testes realizados, como os dados técnicos, os instrumentos utilizados, as mangueiras aprovadas e as reprovadas para uso, bem como a identificação do signatário da ART responsável pelos testes.
O Certificado deverá ser devidamente arquivado para atendimento de exigências das autoridades, do Corpo de Bombeiros e da companhia de seguros.
Esses atos de gestão são importantes para o síndico, porque, além de promover o bem estar, segurança e proteção para a coletividade, terceiros e bens, o síndico poderá, em caso de omissão, ser destituído por gestão inconveniente, além estar sujeito a ações judiciais regressivas, pois a seguradora pode se recusar a indenizar danos causados por eventual sinistro.
Portanto, o síndico que bem administra um condomínio deve fazer constar da planilha da previsão orçamentária do anuênio administrativo, rubrica específica para inspeção semestral e manutenção anual nas mangueiras de combate a incêndio.
[1] 5 W: What (o que será feito?) – Why (por que será feito?) – Where (onde será feito?) – When (quando?) – Who (por quem será feito?)
2H: How (como será feito?) – How much (quanto vai custar?)
2 De acordo com a Norma NBR 12779
3 Tipo 1: edifício residencial. Tipo 2: edifício comercial, industrial ou Corpo de Bombeiros. Tipo 3: área naval, industrial ou Corpo de Bombeiros. Tipos 4 e 5: espécies de áreas industriais.
4 A Norma estabelece 19 ensaios: ensaio hidrostático, alongamento, flexão, número de voltas por 15 m, dobramento, ensaio de perda de carga, ensaio de ruptura, ensaio de resistência à abrasão, ensaio de diâmetro interno, ensaio de aderência, ensaio do tubo interno, tensão de ruptura, alongamento de ruptura, deformação permanente, variação máxima da tensão de ruptura após envelhecimento acelerado, variação máxima do alongamento de ruptura após envelhecimento acelerado, ensaio de envelhecimento do reforço têxtil, ensaio de resistência à superfície quente e ensaio de envelhecimento acelerado da mangueira Tipo 5.
Sobre a autora:
RuNeVi é Síndica Profissional, com formação Técnica em Contabilidade, Letras Tradução e Direito, Especialista em Direito Público e em Direito Processual Civil.
Portal Cidades e Condomínios por Jornalista Paulo Melo 61 98497-2015