Por causa da experiência administrativa, eles mantêm relação impessoal com os clientes, atuam em mais de um condomínio e evitam conflitos
A realidade de novos condomínios e da vida corrida das pessoas transformou a carreira do síndico. Ele não precisa mais ser morador e pode ser contrato pelo condomínio. O volume de trabalho e a responsabilidade de administrar um condomínio tornou necessária a profissionalização. Assim, o interesse por trabalhar na área se tornou maior. O presidente da Associação Brasileira de Síndicos e Síndicos Profissionais (Abrassp), Paulo Roberto de Melo, diz que em Brasília há uma média de 300 síndicos profissionais que competem com a quantidade de síndicos moradores. “É um bom mercado, mas é para os preparados”, afirma.
A escolha de quem administra o prédio pode depender do tamanho dos condomínios
Uma das diferenças entre o síndico profissional e o morador é o tempo disponibilizado para cuidar do condomínio. O morador costuma ter outro trabalho que toma conta de parte do dia e muitos não querem atribuir mais responsabilidades. Outra diferença é o salário. O síndico morador, na maioria das vezes, só tem a isenção da taxa de condomínio, enquanto o profissional tem um valor mais alto e pode em alguns casos até acarretar em aumento da taxa de condomínio. O síndico profissional geralmente é indicado para condomínios maiores, enquanto o morador para os menores. O profissional também tem menos vínculo com os moradores em relação àquele síndico que tem vizinhos, por exemplo.
Assim aconteceu no prédio onde a servidora pública Franciana Pereira, 50, mora. Ela quase não teve contato com o síndico que foi contratado para administrar o prédio. A mudança para o profissional foi por conta do mau gerenciamento de um sindico morador. “Eu só via a sub síndica que é moradora com todo o trabalho”, conta a funcionária pública. Já o empresário Felipe Meirelles, 25, teve uma experiência diferente. “É a melhor coisa”, comenta ele sobre o síndico profissional. Meirelles diz ser uma administração mais organizada e sem problemas.
O síndico deve administrar, saber um pouco de direito e conviver bem com os moradores do condomínio
O síndico profissional Anderson Miranda acredita que a prática é essencial para ser síndico, mas também diz que é importante inclusive para o síndico morador fazer um curso, pois muitos entram sem ter experiência administrativa. “O síndico tem que ser uma pessoa muito dinâmica, senão ele entrega os pontos”, comenta. Ele trabalha em dois condomínios no momento, mas já chegou a trabalhar em dez simultaneamente. Segundo o síndico, o valor do salário depende da quantidade de moradores, número de unidades, se o empreendimento é comercial ou residencial, entre outros fatores.
O mercado imobiliário deu um grande avanço e influenciou na criação de um novo curso de pós-graduação. O curso de Gestão de Condomínio é encontrado na UDF e no Senac. Outros cursos, como o básico de síndico, de síndico profissional e de direito condominial, você pode encontrar no site da Abrassp ou Associação dos Síndicos de Condomínios Comerciais e Residenciais do Distrito Federal (Assosíndicos-DF).
Cidades e Condomínios por Celso Eduardo
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