Taguatinga entra na folia com blocos para todas as idades

Mamãe Taguá (foto) e Àsé Dúdú reuniram 1,5 mil adultos e crianças pela primeira vez no Taguaparque. Na região central do Plano Piloto, frevo e música eletrônica tomaram conta do carnaval nesta segunda (27)



Mamãe Taguá tocou no Taguaparque nesta segunda-feira (27). Foto: Renato Araújo

O carnaval brasiliense também chegou nesta segunda-feira (27) a outras regiões administrativas, como Taguatinga. Dois dos oito integrantes da Liga de Blocos Tradicionais fizeram a alegria de cerca de 1,5 mil pessoas no Taguaparque: Àsé Dúdú e Mamãe Taguá. Evento democrático, com foliões adultos e famílias, o encontro das duas manifestações culturais teve música, brinquedos infláveis e a presença de muitas crianças.

O corretor de imóveis André Brito, de 33 anos, e a professora Carolina Rodrigues, de 27 anos, estiveram pela segunda vez nos blocos — a primeira foi em 2012. Eles estavam com os filhos, Lorenzo e Aurora, de 2 e 4 anos, respectivamente, e da mãe de Carolina, a microempresária Antônia Rodrigues, de 54 anos. “Recomendo muito para quem quiser trazer os filhos”, disse Carolina. “Aqui no Taguaparque ficou ainda melhor”, complementou André.

O ano de 2017 foi o primeiro dos blocos no Taguaparque, com espaço mais amplo para abrigar o público, como o eletricista Rone Clei Gama, de 35 anos. “Estou sendo carregado, porque já são dois dias de farra, cansa a gente. Sou baiano, todo ano vou pra lá, mas agora fiquei, e Brasília não deixa nada a desejar”, comparou. Em 2012, a folia concentrou-se na Praça do DI.

Além do Àsé Dúdú e do Mamãe Taguá, fazem parte da Liga dos Blocos Tradicionais: Baratinha, Baratona, Galinho de Brasília, Menino de Ceilândia, Pacotão e Raparigueiros.

Na Vila Buritis, em Planaltina, aproximadamente 200 pessoas prestigiaram o Filhos de São Jorge. A ideia do bloco, segundo o presidente, Jaime de Souza Santos, é “ocupar a cidade com cultura e retirar garotos das ruas e afastá-los das drogas”.

O casal formado pelos professores Jeonice Oliveira, de 36 anos, e Claudomir Agostinho, de 46 anos, compareceu acompanhado da filha, Victória Oliveira, de 4 anos, e elogiaram o evento. “Divertido e tranquilo, ideal para a família”, reforçou Claudomir.
Frevo e música eletrônica na região central do Plano

O frevo voltou a agitar as ruas de Brasília nesta segunda-feira (27). O Galinho de Brasília, que já tinha se apresentado no sábado, despediu-se hoje do carnaval 2017 na 202 Sul. Até as 21 horas, um dos blocos tradicionais da cidade, criado em 1992, reuniu 15 mil pessoas, segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. A festa do penúltimo dia de folia foi marcada pela diversidade em várias partes do DF.

Galinho de Brasília reuniu 15 mil pessoas na 202 Sul. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

A moradora do Sudoeste Leisenlier Oliveira, de 49 anos, pulou no Galinho pela primeira vez. “Achei muito bom, gosto muito de frevo.” Entre os pontos positivos apontados pela foliã estava a segurança. No local, além de viaturas do Corpo de Bombeiros e da Agência de Fiscalização (Agefis), por exemplo, havia uma base de comando móvel da Polícia Militar estacionada, com câmeras de monitoramento.

O movimento no Setor Bancário Sul nesta segunda-feira também foi intenso. Três blocos agitaram a tarde e o início da noite dos foliões que passaram por lá. Tinha música para todos os gostos.

Por volta das 15 horas, várias pessoas já lotavam um dos estacionamentos do setor para a saída do Aparelhinho, que vai às ruas desde 2012. O carrinho de som alegórico, com DJs e iluminação própria, é movido por tração humana. Ele deu a volta entre as quadras e pôs o público para dançar marchinhas carnavalescas e muita música eletrônica.

Aline Silva, de 32 anos, vestia uma das fantasias que mais fez sucesso no bloco. Vez por outra, alguém a parava para tirar foto dela, que se equilibrava em pernas de pau.

É a diversidade dos foliões que há seis anos encanta Merces Parente, de 65 anos. Bem à frente do som, ela era uma das mais animadas. “Eu adoro. Fica em um lugar lindo, não tem idade, não tem classe social e junta o moderno ao clássico”, disse, ao se referir ao fato de as músicas, já tradicionais desta época do ano, serem tocadas por DJs.
O bloco Divinas Tetas levou foliões ao Setor Bancário Sul. Foto: Henrick D’oark.

Com três blocos ocorrendo ao mesmo tempo, teve quem aproveitou para curtir os ritmos diferentes e “se apropriar da cidade”, destacou a moradora do Guará Raquel Cairus, de 38 anos, que levou a família para curtir a folia no Setor Bancário Sul. “Estamos querendo aproveitar uma festa mais alternativa, fugir do esquema de clube.” Ela, o marido e a prima estavam acompanhados de seis crianças.

Em uma das praças do Setor Bancário Sul, era o bloco Divinas Tetas que animava o público, com música ao vivo. No local, o policiamento foi feito a pé, em motos e a cavalo.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, Aparelhinho, Divinas Tetas e Urubloco/Acabou o Gás reuniram 6 mil pessoas.

A programação completa da folia no Distrito Federal está no site Brasília tem Carnaval.

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