Mais conhecida pela livre manifestação da alegria coletiva, o carnaval também é período em que muitos querem tirar proveito mal intencionado. Se a criatividade faz parte do festejo, da mesma forma são os crimes praticados durante os dias de folia em ações de furto em residências e estabelecimentos comerciais
E é para não deixar a alegria se tornar uma dor de cabeça que alguns cuidados precisam ser tomados antes do folião sair de casa.
Conforme explica o especialista em segurança da GS Terceirização, Amilton Saraiva, o período da folia de Momo é um dos mais problemáticos neste aspecto, justamente pela grande quantidade de pessoas que viaja para outras localidades, a fim de aproveitar os dias de folga. De acordo com o especialista, as ações, muitas vezes são facilitadas pelo próprio morador.
Uma das recomendações mais básicas, é evitar o “marketing pré-viagem”. “É bom não comentar os planos de viagem com pessoas que não são do seu ciclo de confiança, seja no comércio local, ou na porta de casa”. Além disso, é preciso ter em mente que a audácia dos criminosos está cada vez maior: invasões já deixaram de ser uma exclusividade das áreas e bairros completamente residenciais.
“Hoje em dia, se houver muitos fatores que facilitem a ação, ela pode ocorrer mesmo em ruas e bairros movimentados”, alertou. Além disso, alguns artifícios antes utilizados para inibir os furtos, já estão batidos. “Deixar a luz acesa, como forma de fazer pensar que há alguém na casa, já não tem mais efeito, e pode, até mesmo, contribuir para atrair os invasores”, explica Amilton.
PREVENÇÃO
De acordo com o especialista, pequenas ações podem ter um êxito muito grande na hora de se prevenir quanto aos furtos. Uma das possibilidades é a instalação de um sistema de alarmes, que custam, em média, R$ 150 ao mês. Mas, para quem não pode gastar tanto durante o ano, também é possível fazer um investimento no monitoramento de imagens, e que não sairão tão caros.
Um conjunto de quatro câmeras que dá ao proprietário da casa, a possibilidade de verificar sua casa, por outros aparelhos eletrônicos (como o notebook ou celular), pode sair por R$ 500, por exemplo. “É interessante que, antes de viajar, o morador busque listar todo que tornaria sua casa mais vulnerável a essas ações, e isso passa por fatores físicos da própria casa, até o relacionamento com os vizinhos”, orienta Amilton.
Também é recomendável não deixar o imóvel vazio por muitos dias. “Fora as invasões, ainda há perigo de um possível vazamento de água, ou de gás, e que, com o passar dos dias, podem ter consequências maiores”, explicou. O que se orienta é avisar algumas pessoas de confiança sobre a viagem, e, pedir para que estas façam visitas à casa durante algum dia, a fim de verificar que está tudo em ordem.
Evite deixar chaves na portaria
Para aqueles viajantes que residem nos condomínios residenciais, os cuidados têm algumas diferenças, pois os espaços possuem os prestadores de serviço. Assim, como não se recomenda comentar os planos de férias fora de casa nas proximidades das residências, o mesmo se aplica ao condômino e os funcionários do conjunto.
“Com exceção do zelador, ou do síndico, que já fazem parte do seu complexo de segurança, não há necessidades de comentar que irá viajar para os demais prestadores de serviço, a exemplo do porteiro. A gente sabe que, no boca a boca, essa informação também pode acabar nos ouvidos de pessoas mal intencionadas”, recomenda o especialista.
Deixar a chave na portaria também é outra decisão a ser fortemente evitada. “Caso a pessoa queira que alguém possa zelar pelo seu apartamento durante os dias fora, o ideal é que apenas as pessoas de sua confiança, sejam elas vizinhos ou parentes, estejam em posse dessa chave”.
Como explica Amilton, a portaria nem sempre possui a segurança necessária para guardar a chave. A circulação constante de pessoas dentro daquele espaço dá abertura para que pessoas que morem ou não no condomínio, possam se apoderar da chave, e, uma vez feito isso, todo o que estiver no apartamento ou na casa, poderá parar nas mãos de estranhos.
Assim, é também recomendável se fazer uma boa relação dentro do condomínio, principalmente com os vizinhos que residam mais próximo – na mesma rua, ou no mesmo andar – já que, conforme explica o especialista, se cria uma vigilância solidária.
Afinal, se o vizinho, por exemplo, ouvir um barulho estranho vindo da casa vazia, sabendo que a vítima está viajando, ele pode muito bem tomar alguma medida inicial para apurar o que estaria acontecendo, inclusive, alertando aos moradores que não estão presentes.
“É bom destacar que a segurança no condomínio é compartilhada, nem tudo envolve só seu imóvel. Então é preciso pensar de forma comunitária, falando com as pessoas de seu entorno, criando esse laço de confiança”.