Retirada de lixo nas cidades para evitar focos do mosquito transmissor da doença foi uma das iniciativas que contribuíram para a queda das ocorrências. Casos de febre chikungunya e do zika vírus também diminuíram em relação a 2016
O secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e o subsecretário de Vigilância à Saúde, Tiago Coelho. Foto: Andre Borges.
As notificações de dengue nas primeiras cinco semanas de 2017 somaram 295, o equivalente a 92,8% menos que os 3.873 registros do mesmo período de 2016. Do total de infecções, 185 são prováveis, 94% a menos que no ano passado, quando a Secretaria de Saúde anotou 3.174 registros da doença.
Os números são do Boletim Epidemiológico nº 6, de 2017.
Em relação à febre chikungunya, foram 22 notificações em 2017, 16 delas prováveis infecções da doença, contra 125 em 2016, das quais 42 possivelmente positivas. Os registros equivalem a uma redução de 62% em um ano. Em 2017, o zika vírus foi identificado em 13 pessoas, nenhuma delas grávida. Em 2016, foram 34 casos no mesmo período.
De acordo com o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, o resultado é consequência da atuação integrada do governo no combate ao Aedes aegypti — mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus — e da conscientização da população. “Fizemos mais de 2,2 milhões de visitas em residências para identificar e combater focos do vetor e orientar as pessoas, reforçamos nossos equipamentos e iniciamos uma força-tarefa de limpeza em toda a cidade”, elencou ele, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (8), na sede da pasta.
"Sabemos que acabar com o mosquito é impossível, mas nossa reação tem sido rápida. Há pouca chance de termos uma epidemia neste ano"Humberto Fonseca, secretário de Saúde do DF
Fonseca, que estava acompanhado do subsecretário de Vigilância à Saúde, Tiago Coelho, destacou, entre as ações, o uso de biolarvicidas e a pulverização de inseticida por meio de aerossol nas casas, além do programa Cidades Limpas, que já atuou em sete regiões administrativas: Brazlândia, Ceilândia, Gama, Itapoã, Paranoá, Estrutural e Planaltina. “Sabemos que acabar com o mosquito é impossível, mas nossa reação tem sido rápida”, afirmou.
A diminuição dos casos também é consequência da crise hídrica no DF. Mesmo assim, segundo o secretário, o desempenho do combate ao mosquito foi favorável. “Outras unidades da Federação próximas, como Goiás, tiveram o mesmo regime de poucas chuvas, mas os dados foram menos expressivos, com redução de 60%”, disse.
“Há pouca chance de termos uma nova epidemia neste ano”, acrescentou Fonseca. Ele destacou que a pasta conta com estoques completos de inseticidas, larvicidas, biolarvicidas, de testes rápidos para dengue e de todos os equipamentos necessários para manter as ações integradas.
50 milTotal de pessoas já vacinadas contra febre amarela no DF neste início de ano
Mesmo com números melhores, o secretário adianta que, com a chegada do período chuvoso, os registros de casos devem aumentar, e orienta que a população continue atuando com o governo no combate ao Aedes. “Devemos continuar atentos, e também fazemos um apelo para que não estoquem água, para evitar possíveis criadouros do mosquito.”
Fora de risco da febre amarela
Apesar de Brasília estar fora de risco de contágio no ciclo urbano, a secretaria informa que atua em todas as frentes para o combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, inclusive a febre amarela. De acordo com o secretário de Saúde, cerca de 50 mil pessoas já foram vacinadas neste ano contra a doença, 200 delas imunizadas em domicílio na zona rural. A pasta já recebeu 80 mil doses da vacina em 2017 e receberá mais 60 mil nesta semana, o que atende a demanda.
Baixa incidência do mosquito nas regiões
Ação do programa Cidades Limpas retira lixo de área verde no Gama, extinguindo focos do mosquito Aedes aegypti. Foto: Gabriel Jabur.
Fundamental para as ações, o Levantamento de Índices Rápidos do Aedes aegypti (LIRAa) é feito quatro vezes ao ano para determinar a taxa de proliferação do mosquito nas regiões administrativas. Se o porcentual de imóveis pesquisados com presença de larvas for abaixo de 1%, o nível de perigo da área é verde.
No DF, o índice médio está em 1,15%, sendo que na maioria das regiões administrativas é menor que 1%. Varjão, Lago Norte e Recanto das Emas, que apresentam taxas pouco superiores, aumentam a média, segundo dados da secretaria. A próxima medição do índice será em fevereiro.