Nas negociações para fechar um acordo de delação premiada, o empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta Engenharia, afirmou que detalhará pagamentos de propina a políticos do PMDB e PSDB
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, os repasses são relacionados à obras nos governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, além de contratos com estatais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Petrobrás.
Cavendish foi alvo da Operação Saqueador, em junho de 2016, e, nas negociações com procuradores do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e da Procuradoria Geral da República, o empresário cita pagamentos indevidos ao senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Os recursos que beneficiaram o tucano seriam provenientes de um contrato de obra para ampliação da Marginal Tietê, que tinha entre seus responsáveis Paulo Vieira Souza, afilhado político do senador.
O empresário também detalhou supostos desvios ocorridos em contratos com o governo de Goiás, na gestão de Marconi Perillo (PSDB), além de outros municípios do Estado. As irregularidades somam pelo menos R$ 276 milhões. Em nota, o governador tucano disse que ”as informações apresentadas não têm a menor procedência” e argumentou que não há qualquer doação da empresa Delta para a campanha de 2010 do então senador Marconi Perillo - sendo que em nenhum momento a denúncia fala em doação eleitoral para caixa 1.
No Rio de Janeiro, Cavedish aponta repasses feitos ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) para obter contratos de obras, como a reforma do Estádio do Maracanã, do Parque Aquático Maria Lenk, na Barra da Tijuca e da transposição do Rio Turvo. Em outro trecho do anexo da proposta de delação, o empresário relata uma série de pagamentos para parlamentares federais e estaduais do PMDB.
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